A Organização das Nações Unidas (ONU) pretende arrecadar US$ 738 milhões para ajudar países vizinhos à Venezuela a lidar com a crise migratória que fez com que milhões de pessoas deixassem o país nos últimos anos.
Essa é a primeira vez que a Venezuela é incluída no apelo anual por ajuda humanitária da instituição, que tem valor de US$ 21,9 bilhões, sem a Síria. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), três milhões de pessoas fugiram da crise econômica e política venezuelana desde 2015. Os países que mais receberam imigrantes foram Colômbia, Brasil, Peru e Equador.
Em 2019, "cerca de 3,6 milhões de pessoas precisarão de assistência e proteção, sem nenhuma perspectiva de retorno no curto e médio prazo", escreve a entidade em nota.
No final de novembro, a organização intergovernamental liberou um fundo de emergência de US$ 9,2 milhões – cerca de R$ 35,5 milhões, sendo a primeira assistência destinada ao país.
O montante será destinado a programas humanitários para saúde e assistência nutricional, principalmente a mulheres e crianças venezuelanas. Segundo a agência Reuters, o regime de Nicolás Maduro estava relutante em aceitar ajuda internacional e culpava as sanções de outros países pelo colapso econômico e político no qual o país mergulhou nos últimos anos.
O país venezuelano acumula inflação de mais de um milhão por cento em 2018, com escassez de alimentos e medicamentos. No último dia 8, as agências das Nações Unidas para os Refugiados ( Acnur ) e para Migrações (OIM) informaram que o número de refugiados e migrantes que deixaram o país venezuelano nos últimos anos devido à crise político-econômica atingiu a soma de 3 milhões de pessoas em todo o mundo.
Segundo o levantamento, baseado em dados enviados pelas autoridades nacionais de imigração, a maior parte dos migrantes (2,4 milhões) se deslocou para países da América Latina e do Caribe. Também há registro de chegada dos refugiados a países da América Central, como o Panamá, onde vivem 94 mil venezuelanos .
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"Acho que há um entendimento compartilhado de que mais ajuda da ONU nesses tipos de áreas seria uma coisa muito útil para reduzir o sofrimento das pessoas dentro da Venezuela ", disse o coordenador emergencial da ONU, Mark Lowcock, em entrevista à agência Reuters.
* Com informações da Ansa