O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, convidou o alto representante da Organização das Nações Unidas (ONU) para os imigrantes venezuelanos , Eduardo Stein, a visitar a Venezuela e afirmou que vai pedir ajuda financeira no valor de US$ 500 milhões à ONU para repatriar venezuelanos.
De acordo com Nicolás Maduro , o dinheiro será utilizado para pagar o transporte dos imigrantes. "Eu o convido: venha a Venezuela, vou pedir que traga US$ 500 milhões. Todos os imigrantes que saíram da Venezuela querem regressar", disse o líder venezuelano durante um programa de rádio.
Os dados oficiais do programa Plan Vuelta a la Patria (Plano Volta à Pátria, em tradução livre), apontam que já foram repatriados 3.039 venezuelanos que disseram ter sido vítimas de discriminação e xenofobia, entre outros maus-tratos. Segundo Maduro, muitos venezuelanos que emigraram para o Peru foram enganados e capturados por falsas promessas.
Só no Brasil, a estimativa é de que entre 600 e 800 imigrantes venezuelanos entrem diariamente em território brasileiro, via Roraima. Em Pacaraima, houve um episódio de violência envolvendo venezuelanos e brasileiros – após um assalto supostamente cometido por venezuelanos, brasileiros hostilizaram e queimaram abrigos e pertences de imigrantes.
Em agosto, o presidente da Venezuela pediu aos venezuelanos que deixaram o país que retornem à terra natal e "parem de lavar banheiros" em outros países. A maioria dos que saíram do país tem fugido da grave crise econômica. “Eu digo aos venezuelanos que querem voltar da escravidão econômica: parem de lavar privadas de banheiros no exterior e venham morar em sua pátria”, disse Maduro.
Durante um ato transmitido por televisão e rádio no qual assinou contratos de petróleo, Maduro afirmou que os venezuelanos que emigraram para o Peru escutaram "cantos de sereia" e lá encontraram "racismo, desprezo, perseguição econômica e escravidão".
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O líder venezuelano atribui o êxodo venezuelano a uma "campanha da direita" e disse ter certeza de que os cidadãos retornarão, porque um plano de medidas econômicas que entrou em vigor há uma semana vai retirar o país da crise atual. "Não é possível que alguns dos venezuelanos que foram lavar privadas no exterior tenham ido como escravos econômicos porque ouviram que é preciso deixar o país", disse Nicolás Maduro .