O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, argumentou, nesta quinta-feira (23), que a abertura de um processo de impeachment contra si "quebraria" o mercado financeiro. A declaração vem após seu ex-advogado Michael Cohen decidiu colaborar com a Justiça, admitindo-se culpado em crimes fiscais e eleitorais.
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"Vou te dizer uma coisa: se eu fosse impichado, acho que o mercado quebraria. Acho que todo mundo ficaria muito pobre", declarou o Donald Trump em entrevista à "Fox News", rede majoritariamente favorável ao seu governo. "Não sei como você poderia impichar alguém que faz um grande trabalho", disse.
A palavra "impeachment" passou a frequentar a imprensa norte-americana após Cohen ter declarado-se culpado de oito acusações, incluindo violação de regras eleitorais. Ele reconheceu publicamente ter dado dinheiro para evitar que duas mulheres, Stephanie Clifford e Karen McDougal, revelassem casos extraconjugais com Trump, que afirma que o dinheiro saiu de seu próprio bolso, mas sem que ele soubesse.
Trump, em resposta, acusou seu ex-advogado Michael Cohen de “inventar histórias” para conseguir um acordo com a justiça. Em tom irônico, Trump também afirmou que “se alguém estiver buscando um bom advogado, sugeriria com contundência que não contratasse os serviços de Michael Cohen”.
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O ex-advogado do republicano poderia ter recebido uma pena de até 65 anos de prisão pelos crimes cometidos, mas com um acordo fechado com a Justiça, ele deve receber uma multa e um tempo de prisão bastante reduzido, que fica entre três e cinco anos, de acordo com a imprensa americana.
A posição de apostar no impeachment de Trump, no entanto, não é consenso nem mesmo no Partido Democrata , oposição ao governo. Corrupção, traição e obstrução de Justiça são os crimes que podem motivar a abertura de um processo de impeachment nos EUA, algo que só aconteceu com dois presidentes: Andrew Johnson (1868) e Bill Clinton (1998), ambos absolvidos.
O processo precisaria ser aprovado pela Câmara dos Representantes, por maioria simples (218 de 435 votos), antes de seguir para o Senado, onde a destituição necessitaria do apoio de pelo menos 67 dos 100 membros da Casa, ou seja, dois terços do total.
O Congresso é comandado atualmente pelo Partido Republicano, o mesmo de Donald Trump , situação que pode mudar com as eleições de meio de mandato, em novembro deste ano.
* Com informações da Ansa
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