Desde o dia 4 de abril até 13 de maio, a República Democrática do Congo registrou 39 casos do vírus Ebola, entre suspeitos e confirmados, incluindo 19 mortes. A informação é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que ainda não confirmou todos os casos por falta de exames.
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Entre os mortos estavam três trabalhadores da área da saúde. As autoridades agora estão acompanhando quase 400 pessoas que tiveram contato com os pacientes que apresentaram indícios do vírus Ebola .
Em uma semana, o país contou com pelo menos outros sete casos suspeitos da doença. Segundo a OMS, o vírus está se espalhando em três áreas rurais, cobrindo quase 40 milhas na parte noroeste do país.
Até o momento, a região de Bikoro concentra a maioria das notificações doença no Congo: 29 registros - sendo dois confirmados, 20 prováveis e sete suspeitos.
Em seguida, estão as áreas de Iboko, com oito casos, sendo três prováveis e cinco suspeitos, e de Wangata, com dois casos prováveis. “Os casos serão revisados à medida em que novas informações forem chegando”, destacou a OMS .
A entidade alertou que região de Wangata é adjacente à cidade portuária provincial de Bandaka, que tem população estimada em 1,2 milhão de pessoas. “Equipes de resposta que estão no local realizam processo de verificação de informação de casos reportados”, acrescentou. A OMS já enviou 50 equipes de saúde pública ao Congo na tentativa de conter o surto.
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Vacina importada
Nesta segunda-feira (14), Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, informou à imprensa a agência recebeu permissão de autoridades do Congo para importar uma vacina experimental , que deve chegar no país até o final desta semana.
“Tudo já está formalmente acordado. A vacina é segura e eficaz e já foi testada. Já está tudo pronto para ser usada”, disse ele.
O imunizante foi desenvolvido em 2016 pela farmacêutica Merck. Autoridades de saúde esperam que a vacina, que foi dada à população na Guiné, na África Ocidental, durante um um surto de ebola em 2015, possa ajudar a conter os casos.
A OMS tem um estoque de 4.300 doses da vacina em Genebra, informou a Stat News. A Merck também comprometeu-se com 300 mil doses da vacina para uso emergencial.
Pior cenário
Na semana passada, a organização informou que se preparava para o pior cenário possível perante o novo surto de Ebola na República Democrática do Congo . “Estamos muito preocupados porque a área onde surgiu é remota e muito pobre e com um acesso muito precário. A chegada de assistência é um desafio por si mesmo”, disse o diretor de Emergências da OMS, Peter Salama.
“Temos medo de que o surto se expanda a Bandaka, capital provincial, com 1 milhão de habitantes. Se chegar a essa cidade, teremos um surto maior e um desafio muito grande, porque o que sabemos da nossa experiência na África Ocidental é que, quando o Ebola chega à grande cidade e especialmente a áreas de favelas, é muito difícil deter a doença”, concluiu.
O país sofreu oito surtos de Ebola nas últimas quatro décadas. O mais recente aconteceu no ano passado, quando quatro pessoas em Likati, no norte do país, morreram. Um surto em 2014 matou 49 pessoas.
*Com informações da Agência Brasil
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