O governo dos Estados Unidos inaugurou, na manhã desta segunda-feira (14), sua polêmica embaixada em Jerusalém. A cerimônia acontece em meio a diversos confrontos realizados por palestinos contra o Exército de Israel em um violento protesto contra a decisão do presidente Donald Trump.
Leia também: Atos contra embaixada dos EUA em Israel deixam 41 mortos e mais de mil feridos em Gaza
Entre as principais autoridades norte-americanas que estão participando do evento, estão a filha de Donald Trump , Ivanka, e seu marido, Jared Kushner. Trump chegou a fazer um discurso, pregando pela paz, na inauguração da embaixada – que foi transmitido em vídeo, no local.
Cerca de 800 funcionários norte-americanos assistem à cerimônia, que contou também com um pronunciamento do presidente de Israel, Benjamin Netanyahu.
"Ao reconhecer a história, Trump está fazendo história", disse Netanyahu, que agradeceu ao republicano por ter mantido a sua promessa eleitoral de transferir a embaixada norte-americana para Jerusalém.
O dia da cerimônia de inauguração acontece na mesma data em que o Estado de Israel completa 70 anos. A nova embaixada está sendo instalada no bairro de Arnona, em Jerusalém
Ocidental, em um prédio construído em 2010, dentro da seção de vistos do consulado-geral dos EUA.
Decisão polêmica – 'as portas do inferno' se abriram
A decisão de Trump gerou caos na região. Desde 30 de março, milhares protestam na fronteira, na chamada Grande Marcha do Retorno, que evoca o direito dos palestinos de retornarem para locais de onde foram retirados após 1948.
Leia também: Em vídeo, líder da Al-Qaeda convoca guerra contra Estados Unidos e Israel
Nesta manhã, pelo menos 41 manifestantes palestinos foram mortos durante os confrontos com o Exército israelense ao longo da barreira defensiva com Gaza , informou a agência Maan , citando o Ministério da Saúde local.
Segundo a agência, entre as vítimas está Hamdan Qudeih, 21 anos, que foi morto a tiros, e outros 1,3 mil palestinos feridos.
Os conflitos entre os manifestantes e o Exército de Israel tiveram início na Cisjordânia, principalmente em Belém e Hebron, mas foram registrados em outros locais também, como Kalandia, ao norte de Jerusalém. O exército fortaleceu sua presença ao longo da fronteira com mais dois batalhões.
A decisão do presidente Trump no ano passado de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel rompeu com décadas de neutralidade dos EUA sobre a questão e a colocou em desacordo com a maioria da comunidade internacional.
Ontem à noite, Netanyahu recebeu toda a delegação dos Estados Unidos enviada por Donald Trump e definiu o momento como "histórico e corajoso". No ano passado, porém, o Hamas anunciou que a decisão do republicano abriria 'as portas do inferno' .
* Com informações da Agência Ansa.