O autor do ataque a facadas em Paris na noite desse sábado (12) foi identificado pela polícia da França. De acordo com autoridades, ele tinha 20 anos e era conhecido pela polícia antiterrorista, havendo sido interrogado meses atrás. O atentado deixou um homem morto e outras quatro pessoas feridas.
A polícia de Paris está com os pais do agressor sob custódia neste domingo (13), e busca possíveis ligações entre ele e jihadistas na Síria. O autor do ataque foi identificado como sendo Khamzat Azimov, de 20 anos, que nasceu na Chechênia em 1997 e obteve nacionalidade francesa em 2010. A informação foi confirmada pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, Frederic de Lanouvelle.
Ainda de acordo com o porta-voz, Azimov não tinha registro de antecedentes criminais. A identificação foi confirmada por meio de impressões digitais. Ontem, a polícia afirmou que a Promotoria Antiterrorista havia aberto uma investigação por associação terrorista criminosa e tentativa de assassinato.
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Segundo testemunhas relataram, o agressor teria gritado “ Allahu Akbar
” (Alá é grande, em árabe) enquanto esfaqueava pessoas em uma rua movimentada da cidade. Poucas horas depois do atentado, o grupo extremista “Estado Islâmico” assumiu a autoria do ataque.
Ataque aconteceu em rua movimentada
A polícia chegou rapidamente ao local do ataque na noite de ontem. Azimov caminhava de restaurante a restaurante na rua Monsugny, que é de mão única, aparentemente buscando por vítimas. Transeuntes e pessoas que jantavam no local entraram em pânico, tentando se esconder embaixo de mesas ou subindo nos terraços.
Oficiais teriam tentado conter o agressor com uma arma de choque, mas ele continuou a ameaça-los e, por isso, teriam atirado contra ele com arma de fogo. De acordo com testemunhas, Azimov gritava: “Vamos lá, atirem. Eu vou pegar vocês”.
Uma mulher, que estava com o filho no momento do atentado, contou que Azimov parecia realmente determinado a atacar os policiais que estavam tentando imobilizá-lo. “A polícia o cercou e eu realmente achei que isso iria pará-lo, mas, não, de jeito nenhum. Ele literalmente pulou na polícia. Ele estava muito determinado”, contou à BFM TV.
Ela acrescentou: “Ele tinha um cabelo curto, era magro e alto, se vestia como todos os jovens da moda, levava uma barba ‘de três dias’. Ele não se diferenciava da multidão. Estava vestido normalmente. Nunca na minha vida teria pensado que ele poderia atacar alguém”, conta.
Antes de ser ‘neutralizado’, esfaqueou até a morte um homem de 29 anos que andava na rua, além de ferir outras quatro pessoas. De acordo com as autoridades, duas das vítimas – um homem de 34 anos e uma mulher de 54 – estão internadas no hospital em estado grave, mas não correm risco de morte. As outras duas vítimas, de 26 e 31 anos, têm ferimentos leves.
Autor do atentado foi interrogado pela Inteligência
Azimov não carregava nenhum tipo de documento consigo no momento do ataque, mas as impressões digitais confirmaram se tratar do jovem de 20 anos, que havia sido interrogado pela polícia antiterrorismo meses atrás, depois de ser descoberto que ele mantinha amizade com um homem cuja esposa havia viajado para a Síria. O casal fora fichado na “Fiche S”, lista de potenciais riscos para a segurança (que contabiliza 20 mil pessoas atualmente).
Autoridades reagem ao incidente
Em uma série de tuítes, o presidente da França, Emmanuel Macron, disse que seus pensamentos “estavam com a vítima do ataque”, ainda destacando a coragem da polícia por “neutralizar o terrorista ”.
“A França está pagando com sangue mais uma vez, mas não cederá uma polegada aos inimigos da liberdade”, escreveu Macron.
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O ministro do Interior, Gérard Collomb, também escreveu uma mensagem no Twitter, em que lamentou o incidente e elogiou o trabalho dos policiais. “Meus primeiros pensamentos estão com as vítimas desse ato odioso”, afirmou.
A brigada antiterrorista da França estava investigando o incidente e o autor do ataque . Além disso, o promotor abriu uma investigação sobre "assassinatos ligados à organização terrorista". O ato soma-se a uma série de ataques na França que deixaram mais de 240 mortos desde janeiro de 2015 e elevaram o alerta do país ao grau máximo.