Em reunião de emergência convocada pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) para analisar a violência registrada nesta sexta-feira (30) na Faixa de Gaza, o subsecretário de Assuntos Políticos, Tayé-Brook Zerihoun, afirmou que a organização teme que a situação na região se deteriore nos próximos dias. Também foi pedido que Israel só utilize "força letal" como último recurso. As informações são da Agência EFE.
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, por meio de um porta-voz, afirmou estar "profundamente preocupado" com a violência na Faixa de Gaza e pediu uma investigação independente e transparente. Pelo menos 16 palestinos morreram em confrontos nesta sexta e cerca de 2 mil ficaram feridos na Marcha do Retorno, um protesto organizado pelo Hamas na fronteira entre Gaza e Israel.
"Existe o temor que a situação possa se deteriorar nos próximos dias. É imperativo que as crianças não sejam utilizadas como alvo", afirmou Zerihoun. O subsecretário pediu que as tropas israelenses assumam uma postura de "máxima contenção", a fim de evitar mais mortes.
Encontro da ONU
A reunião do Conselho de Segurança, convocada a pedido do Kuwait, durou cerca de duas horas e meia. Algumas das principais potências, como Estados Unidos, Reino Unido, França e Rússia, estavam representadas por diplomatas de segundo ou terceiro escalão.
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O embaixador da Suécia, Carl Skau, classificou a situação em Gaza como "terrível". "Nossa prioridade agora deve ser evitar uma escalada maior. Todas as partes, particularmente as forças de segurança de Israel, devem adotar a contenção", afirmou.
Nenhum representante de Israel participou do encontro. Como convidado, Riyad Mansour, diplomata palestino, considerou como "massacre" os fatos registrados na sexta em Gaza. "A maioria dos manifestantes era pacífica, não representava nenhuma ameaça para as forças de segurança de Israel", afirmou Mansour.
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O que é a Marcha do Retorno
A manifestação chamada “Marcha do Retorno” teve início nesta sexta-feira (30) e ainda deve durar mais seis semanas. Trata-se de um ato contrário à ocupação israelense na região e, apesar de ter sido organizada oficialmente pela sociedade civil, tem apoio do Hamas, movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza . O objetivo de milhares de palestinos é chegar à fronteira com Israel para chamar atenção à “luta de centenas de milhares de palestinos que têm sido expulsos de seus lares que ficam onde hoje está Israel”.