O ministro da Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, anunciou nesta quinta-feira (29) que o consulado americano em São Petersburgo (segunda maior cidade do país) foi fechado e que 60 diplomatas dos Estados Unidos serão expulsos do país. A medida é uma resposta à decisão da Casa Branca em expulsar o mesmo número de diplomatas russos dos EUA após a morte do ex-espião Sergei Skripal.
Ao menos 17 países do Ocidente anunciaram a expulsão de um total de 116 diplomatas russos de seus territórios desde o início desta semana. "Em relação a outros países, também haverá uma 'resposta espelhada' no que diz respeito ao número de pessoas que vão deixar as missões diplomáticas na Rússia ", complementou Lavrov, conforme reportou a agência russa Sputnik News .
"O embaixador dos EUA, Jon Huntsman, foi convidado ao nosso ministério, onde meu vice, Serghei Riabkov, está expondo o conteúdo da resposta contra os Estados Unidos. Isso inclui a expulsão de diplomatas e a decisão de revogar o consentimento para o funcionamento do consulado geral de São Petersburgo", anunciou Lavrov, segundo o qual os diplomatas afetados pela medida terão até o dia 5 de abril para retornar aos Estados Unidos.
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A morte de Sergei Skripal, ex-agente da Rússia que ajudou o Reino Unido
A crise diplomática entre o Kremlin e países do Ocidente se deve à morte do ex-agente duplo Sergei Skripal , que foi envenenado no último dia 4 junto à sua filha, Yulia (que sobreviveu e segue internada). Os dois foram encontrados inconscientes no banco de um shopping na cidade de Salisbury, na Inglaterra.
Skripal e sua filha moravam em solo britânico desde 2010, quando o ex-espião foi libertado após seis anos de prisão num centro de segurança máxima russo. Skripal havia sido condenado a cumprir 13 anos de detenção por ter vazado informações sigilosas a autoridades britânicas, mas ganhou liberdade mediante à sua troca por dez espiões russos que estavam presos nos Estados Unidos.
Especialistas britânicos acreditam que Skripal e Yulia tenham sido vítimas de ataque com o agente nervoso A-234 (também conhecido como "Novichok"), substância tóxica supostamente desenvolvida na União Soviética, e atribuem a morte do ex-espião ao Kremlin. A primeira-ministra britânica, Thereza May, chegou a declarar que é "altamente provável" que a Rússia tenha sido responsável pelo ataque. Os russos, por sua vez, negam envolvimento no episódio e dizem que nem mesmo existe a substância Novichok. O envenenamento do ex-espião é investigado pela Scotland Yard.
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*Com informações da agência Ansa