Um ataque de artilharia de tropas leais ao presidente da Síria, Bashar al-Assad , deixou ao menos cinco civis mortos e mais cinco feridos neste domingo (28), na região de Ghouta Oriental, nos arredores de Damasco. O incidente acontece apenas dois dias após o início do cessar-fogo mediado pela Rússia.
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De acordo com a instituição Observatório Sírio de Direitos Humanos, entre as vítimas do ataque estão uma mulher uma criança, que morreram na cidade de Duma. Com as mortes ocorridas hoje, o país já registra oito óbitos desde o início do cessar-fogo, iniciado meia-noite da sexta-feira (26). Além das investidas das tropas aliadas ao governo em Ghouta Oriental, também foram registrados confrontos na região de Harastra entre soldados de Bashar al-Assad, a Legião da Misericórdia e a Organização para Libertação do Levante, grupo liderado pela ex-filial da Al Qaeda na Síria .
Cessar-fogo entre Assad e rebeldes
A Rússia , aliada do governo de Assad, faz a mediação do cessar-fogo no país entre governo e a Legião da Misericórdia, além do Exército do Islã. Como condição para assinar o acordo, a oposição estabeleceu a chegada de ajuda humanitária na região, dando um prazo de até 48 horas para que isso ocorresse.
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Além dos dois grupos rebeldes, foi incluída na trégua
, de maneira informal, a Organização para a Libertação do Levante – que atua na região atacada neste domingo. Apesar de terem concordado com o cessar-fogo, o Observatório aponta que já registrou diversas violações desde quando entrou em vigor.
Guerra sem fim?
Em março, a guerra civil no território sírio completará oito anos. O conflito armado teve início em 2011, quando surgiram grandes protestos contra o regime do presidente Bashar al-Assad – que tratou de reprimir ferozmente esse levante. De lá para cá, acordos de cessar-fogo tem sido firmados entre governo, coalizão internacional, Rússia e rebeldes, mas até agora nenhum conseguiu exterminar a guerra.
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Segundo o dirigente do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur), Filippo Grandi, o país "está numa encruzilhada". Até o início do ano passado, cerca de 14 milhões de pessoas no país precisam receber ajuda humanitária, sendo que 6,3 milhões eram deslocados internos.
O Acnur lembra que milhares de pessoas fizeram ou fazem viagens arriscadas por terra e mar em busca de segurança. Segundo a agência, quase três milhões de crianças sírias cresceram sem saber como é viver num local sem conflito , já que, quando nasceram, a Síria já estava em guerra.
*Com informações da Agência Brasil