21 pessoas morreram nos protestos, que já são tidos como os mais expressivos da década no país
Reprodução/ Twitter/ IranianAmericanYouth
21 pessoas morreram nos protestos, que já são tidos como os mais expressivos da década no país

O chefe das Guardas Revolucionários do Irã Mohammad Ali Jafari declarou nesta quarta-feira (3) o “fim da sedição" no país, em referência à onda de protestos contra o governo que tomaram as ruas do Irã nos últimos dias.

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O anúncio, publicado no site oficial das Guardas Revolucionárias, se dá simultaneamente às manifestações pró-governo chamadas pelo grupo para fazer frente às manifestações oposicionistas. De acordo com a rede britânica BBC, 21 pessoas morreram nos protestos , que começaram no dia 28 de dezembro e já são tidos como os mais expressivos da década no país.

Inicialmente, o que motivou as manifestações foi a insatisfação com a corrupção da classe política, a alta taxa de desemprego e a elevada inflação – alguns produtos básicos, como ovos, conheceram um aumento de preço de 40% nos últimos meses, apontou o jornal Washington Post. À medida que se alastraram pelo país, contudo, tomaram uma feição anti-governo mais evidente, com manifestantes atacando prédios públicos e confrontando a polícia.  

Chefiadas por Jafari, as Guardas Revolucionárias se tratam de uma força de segurança paralela leal ao líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei . Em seu pronunciamento, ele relativizou o tamanho das manifestações, afirmando que havia “um máximo de 1.500 manifestantes em cada cidade” e que o número de manifestantes hostis “não excedia 15 mil pessoas em todo o país".

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Jafari também acusou os Estados Unidos, e em especial a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, por criar o ambiente propício a “tumultos, anarquia, insegurança e intriga” no Irã. Respondendo as críticas quanto a atuação da Guarda Revolucionária, o general afirmou que ela interveio apenas de maneira “limitada” em três províncias do país.

Os comentários de Jafari vão na linha dos do o aiatolá Ali Khamenei, que culpou os “inimigos do Irã Islâmico” de tentar impor ameaças culturais, econômicas e de segurança que teriam levado aos protestos no país. Embora o aiatolá não tenha especificado quais seriam estes inimigos, analistas da conjuntura internacional ouvidos pelo jornal The New York Times entenderam que ele se referia aos Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita.

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