Um atentado suicida matou pelo menos 10 pessoas em uma mesquita no estado de Borno, no norte da Nigéria, nesta quarta-feira (3). Um homem invadiu o templo muçulmano durante as orações matinais e detonou o próprio corpo. O ataque ainda não foi reivindicado, mas Borno é a base de atuação do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram.
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Na última terça (2), as autoridades estaduais haviam ampliado o toque de recolher e os controles de segurança na capital local, Maiduguri, após a retomada da violência na cidade. Em seu discurso de fim de ano, o presidente da Nigéria , Muhammadu Buhari, havia dito que o Boko Haram, responsável por dezenas de milhares de mortes em oito anos, fora "amplamente derrotado".
Ataques são frequentes no país
No ano novo, homens armados invadiram uma igreja no estado de Rivers, no sul do país nigeriano, e mataram pelo menos 16 pessoas que acompanhavam a primeira missa do ano.
O ataque até agora não foi reivindicado, mas suspeita-se de um grupo de milicianos conhecido por realizar sequestros e assassinatos na região do Delta do Rio Níger - em novembro passado, o líder dessa quadrilha foi morto pelas forças de segurança.
A região, de maioria cristã, é palco frequente de conflitos de milícias, que pegam em armas contra multinacionais para obter uma fatia do mercado de extração de petróleo no Delta do Níger.
Já no último dia 21, pelo menos 50 pessoas morreram em um atentado suicida em uma mesquita no estado de Adamawa , no nordeste do país. Suspeita-se que o autor do ataque seja um adolescente membro do grupo terrorista Boko Haram.
O atentado aconteceu na comunidade chamada Dezala, em North Mubi. O adolescente entrou na mesquita durante as orações da manhã, que estava cheia de fieis. De acordo com algumas testemunhas disseram à agência de notícias AFP , o agressor parecia ser membro da congregação atacada.
Esse ataque também não foi reivindicado por nenhum grupo terrorista , porém, a explosão de bombas dentro de locais cheios de pessoas é uma tática bem comum do Boko Haram – que assombra diversos países africanos.
Segundo dados da BBC UK , mais de 20 mil pessoas foram mortas pelo grupo extremista islâmico em oito anos de insurgência jihadista. E pelo menos 1,9 milhão deixou sua casa por causa da violência desferida pelos extremistas.
O repórter da BBC Ishaq Khalid explica que, recentemente, estão ocorrendo muitos atentados suicidas no nordeste nigeriano, uma vez que militares recapturaram territórios que eram controlados pelo grupo terrorista.
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Em represália, os terroristas adaptaram os ataques a locais “fragilizados”, como locais de oração, escolas e campos de deslocados. Outra ação comum são as frequentes emboscadas a comboios militares.
O grupo Boko Haram (que significa em línguas locais "A educação não islâmica é pecado") deseja impor um estado islâmico na Nigéria, país com maioria da população muçulmana no norte, e cristã no sul. Os extremistas adquiriram notoriedade internacional desde que declararam seu próprio califado islâmico no norte do país. O grupo é ligado ao Estado Islâmico.
* Com informações da Ansa