Esta foto é a última lembrança de todos os argentinos antes de serem vítimas do atentado em NY nesta terça-feira
Reprodução/Clarín
Esta foto é a última lembrança de todos os argentinos antes de serem vítimas do atentado em NY nesta terça-feira

Cecilia Pedrabuena é casada com Ariel Benvenuto, um dos argentinos sobreviventes ao ataque terrorista ocorrido nesta terça-feira (31) em Nova York. Segundo um relato dela ao jornal argentino Clarín , seu telefone tocou por volta das 16h45 locais, quando ainda não sabia nada do que havia acontecido na ilha de Manhattan, nos Estados Unidos, e nem que seu esposo fora vítima do primeiro atentado em NY depois do 11 de setembro. Do outro lado da linha, era ele, avisando que algo “muito grave tinha acontecido”, mas que “estava bem”.

Leia também: Em bilhete, terrorista de Manhattan diz ter agido 'em nome do Estado Islâmico'

“Ele me disse que estava bem, que não precisava me preocupar, mas que se tratava de um atentado. Contou que ele, Iván e Juan Pablo estavam bem, mas que a situação era grave”, conta a mulher em declarações ao LT8  sobre o atentado em NY .

Um grupo de argentinos viajou para os Estados Unidos a fim de visitar um colega que mora no país. Eles aproveitaram a data de 30 anos de formados no Colégio Politécnico Superior General San Martín de Rosário para se encontrarem, comemorando as décadas de amizade.

Cecilia contou momentos de tensão ao receber ligação do marido, sobrevivente no atentado em NY
Reprodução/Clarín
Cecilia contou momentos de tensão ao receber ligação do marido, sobrevivente no atentado em NY

Ainda de acordo com Cecilia, seu marido voltou a ligar por volta das 20h locais – quando comunicou todo o ocorrido, dando detalhes sobre a tragédia. “Os dez estavam de bicicleta, em duplas, conversando. Ele [Ariel] estava do lado mais próximo ao canteiro central [da ciclovia]. Todos os que iam à direita foram atingidos. Ele sentiu uma acelera e um veículo que passou por cima de cinco de seus amigos. Segundo seus cálculos, ele estava a 150 quilômetros por hora. Meu marido estava a 20 centímetros de ser atingido também”, relata a mulher.

À imprensa local, Cecilia contou que esta foi a primeira viagem que o grupo fez todo junto, já que decidiram viajar a Nova York para o aniversário de graduação. “Eram dez amigos do colégio secundário, sempre se reuniam, é terrível o que aconteceu”, lamenta.

Entre as vítimas da Argentina, está Ariel Erlij, um empresário de Rosário, que ajudou a pagar as passagens de alguns amigos com dificuldades financeiras. “Saíram todos felizes do aeroporto. Chegaram ontem, então estavam os dez juntos pela primeira vez, e decidiram passear de bicicleta, mas nunca voltarão”, concluiu consternada.

Leia também: Terror em Manhattan: autor do ataque é um homem de 29 anos do Uzbequistão

Outra pessoa a comentar os fatos foi um amigo das vítimas, Ricardo Berlot, que também se formou no Colégio Politécnico. “A sensação do que ocorreu nos faz sentir como se fôssemos um só corpo, um todo”, desabafa.

Macri lamenta mortes

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, pediu nesta quarta-feira que todos se comprometam a lutar contra ataques terroristas, depois da morte de cinco cidadãos argentinos ontem. “Todos temos que estar comprometidos dos pés à cabeça com a luta contra o terrorismo”, afirmou o presidente durante evento em Buenos Aires.

Quem são as vítimas do atentado

Oito argentinos saíram do aeroporto de Fisherton – e esta foto é a última lembrança de todos unidos antes de serem vítimas do atentado na tarde desta terça-feira, nos Estados Unidos . O primeiro à direita é Hernán Ferrucchi, um dos mortos.

O argentino Martín Ludovico Marro vive em Boston e estava de bicicleta com o grupo atingido; ele está hospitalizado
Reprodução/Clarín
O argentino Martín Ludovico Marro vive em Boston e estava de bicicleta com o grupo atingido; ele está hospitalizado

Seguindo da esquerda para a direita estão: Alejandro Pagnucco e Ariel Erlij, que também faleceram. Ao lado de Erlij está Iván Brajkovic e Juan Pablo Trevisan, dois dos sobreviventes. Em seguida, aparece Hernán Mendoza e Diego Angelini, as outras vítimas fatais. Por último, Ariel Benvenuto, o terceiro do grupo que escapou ileso.

Leia também: Uzbequistão oferece ajuda a Trump para investigar atentado em Nova York

Na foto, não está presente Martín Ludovico Marro, que vive em Boston e estava de bicicleta com o grupo atingido. Ele está internado no Hospital Presbiteriano de Manhattan, recuperando-se das lesões.

O atentado

Por volta das 15h (no horário local) desta terça-feira (31), um caminhão branco – que havia sido alugado e que tinha um adesivo de uma empresa local – invadiu a ciclovia que fica na West Street, em  Manhattan  , e atropelou uma série de pessoas. Pelo menos oito pessoas foram mortas e outras onze ficaram feridas. 

Terrorista deixou um bilhete em que informa que agiu 'em nome do Estado Islâmico' ao matar oito pessoas
Reprodução/Twitter
Terrorista deixou um bilhete em que informa que agiu 'em nome do Estado Islâmico' ao matar oito pessoas

O veículo de Saipov só parou quando colidiu com um ônibus escolar, ferindo duas crianças e dois adultos. Ao sair do carro, o homem portava duas armas falsas – sendo uma delas de paintball – e, segundo informações preliminares, gritou em árabe "Alá é Grande". Baleado pela polícia, ele foi detido. 

Através do Twitter, o presidente dos Estados Unidos afirmou que o ataque foi feito por uma “pessoa doente e muita perturbada” e disse que o Estado Islâmico “não pode voltar, ou entrar [aos Estados Unidos]”, fazendo referência ao grupo terrorista.

Oficialmente, o grupo ainda não reconheceu a autoria do ataque, mas a imprensa norte-americana já fala em um bilhete deixado pelo cidadão do Uzbequistão , que o relacionaria aos extremistas .

Entre os oito mortos no atentado em NY nesta terça-feira, estão cinco argentinos, um belga – e outros dois ainda não identificados. 

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!