O chefe do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), Simon Stiell, fez um alerta a toda humanidade nesta quarta-feira (10): há apenas dois anos para tomar medidas a fim de evitar uma mudança climática muito pior.
A ONU já tem apontado a necessidade de reduzir pela metade as emissões de gases do efeito estufa até 2030 para impedir um aumento de mais de 1,5 graus Celsius (ºC) nas temperaturas globais em relação aos níveis pré-industriais, o que desencadearia mudanças climáticas mais extremas.
Entretanto, as emissões mundiais de CO2 relacionadas à energia subiram para um nível recorde. Dessa forma, os compromissos atuais de combate ao aquecimento global se tornam insuficientes para reduzir as emissões de CO2 até 2030.
Em seu discurso durante um evento no think-tank Chatham House, em Londres, Stiell disse que os próximos dois anos são "essenciais para salvar nosso planeta".
"Ainda temos uma chance de fazer com que as emissões de gases de efeito estufa caiam, com uma nova geração de planos climáticos nacionais. Mas precisamos desses planos mais fortes, agora", disse.
As negociações climáticas da COP29 em Baku, no Azerbaijão, têm como prioridade um acordo entre os países do G20 sobre uma nova meta de financiamento para a transição energética e adaptação das economias em desenvolvimento ao aquecimento global.
O secretário frisou a importância da atuação dos países do G20 – responsáveis por 80% das emissões globais – uma vez que a mudança climática "dizimará" suas economias.
"Necessitamos de um novo acordo para o financiamento da luta contra a mudança climática entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento", declarou Stiell.
"Culpar uns aos outros não é estratégico" e "deixar de lado o clima não é solução para uma crise que dizimará todas as economias do G20 e que já começou a causar danos", acrescentou.
O secretário destacou o papel do Brasil, que vai sediar a COP30 em 2025, em Belém do Pará.
"O Brasil, que também sediará a COP30, tem um papel vital para colocar em marcha a ambiciosa ação que necessitamos. Estou animado que o G20, sob a liderança do Brasil, esteja explorando formas de encontrar novos financiamentos para o clima e o desenvolvimento", afirmou.
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