Realizada neste ano em Glasgow, na Escócia, a conferência climática das Nações Unidas (ONU) chega à sua 26ª edição em um cenário de urgência cada vez maior sobre a crise climática.
O evento vai até 12 de novembro e reúne líderes do mundo todo para discutir metas mais ambiciosas para descarbonizar a economia e evitar que o aquecimento global ultrapasse limiares potencialmente catastróficos para a humanidade.
A Conferência das Partes (COP, na sigla em inglês) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas foi criada na Eco-92, a histórica cúpula ambiental realizada no Rio de Janeiro em 1992, mas sua primeira edição ocorreu apenas em 1995, em Berlim (Alemanha).
Com periodicidade anual e sede rotativa, a COP já passou por 20 países de quatro continentes (a única exceção é a Oceania) e tem como objetivo definir ações para combater a emissão de gases causadores do efeito estufa , como monóxido e dióxido de carbono, metano e óxido nitroso.
O primeiro grande avanço ocorreu na COP3, em Kyoto (Japão), quando as partes assinaram um protocolo se comprometendo a reduzir as emissões de poluentes. No entanto, a mais importante até o momento é a COP21, realizada em Paris, em 2015, e que pela primeira vez estabeleceu metas contra o aquecimento global.
O Acordo de Paris estipulou que o aumento da temperatura média do planeta neste século deve ficar "bem abaixo" dos 2ºC em relação aos níveis pré-industriais, com o compromisso de tentar limitar esse índice a 1,5ºC.
Para isso, cada país apresentou metas ambientais próprias, as chamadas NDCs (contribuições nacionalmente determinadas), que devem ser revisadas a cada cinco anos. A primeira atualização estava prevista para 2020, mas a pandemia de Covid acabou adiando a COP26 para este ano.
A adoção de compromissos mais ambiciosos por parte dos países é o principal tema em discussão na cúpula de Glasgow, mas há outros assuntos espinhosos na mesa de negociações, como a regulamentação do mercado de créditos de carbono, questão já pendente da COP25, em 2019, em Madri (Espanha).
Além disso, os países discutirão a implantação do fundo de US$ 100 bilhões por ano para ajudar as nações pobres a descarbonizarem suas economias, bem como o conjunto de regras para garantir o cumprimento do Acordo de Paris.