No primeiro dia da 26ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP26) em Glasgow, na Escócia, um estudo alarmante foi apresentado neste domingo (31) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM): os últimos sete anos foram os mais quentes da história.
O documento ainda inclui que 2021 também caminha para isso, ficando entre 5º e o 7º lugar dessa classificação.
Outro ponto assustador é o aumento dos níveis dos oceanos, que começou a acelerar em 2013. A OMM informa que ele subiu 2,1mm ao ano entre 1993 e 2002 e 4,4mm ao ano entre 2013 e 2021. Já a acidez dos mares, por conta da grande presença de CO2, é a mais alta em 26 mil anos.
Segundo o relatório, a concentração de gases tóxicos bateu um novo recorde em 2020, com 413,2 partes por milhão (ppm) de CO2, 1889 parte por bilhão (ppb) de metano e 333,3ppb de óxido nitroso na atmosfera. Os números são, respectivamente 149%, 262% e 123% maiores do que os níveis pré-industriais, ou seja, do ano de 1750.
Os documentos ainda apontam recordes de chuvas concentradas em diversas regiões e, ao mesmo tempo, de incêndios ao redor do globo.
Para o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, "os eventos meteorológicos extremos são o novo normal". "Há uma crescente evidência científica que alguns desses recordes levam a digital da mudança climática provocada pelo homem", pontuou ao apresentar o estudo.
Reino Unido
Já a presidência da COP26, feita pelo Reino Unido, afirmou que o encontro "é a última melhor chance" disponível para manter firme o objetivo de conter o aumento médio da temperatura da Terra em 1,5°C.
Alok Sharma, o indicado pelo premiê Boris Johnson para presidir a Conferência, no entanto, alertou que será "muito, muito difícil" atingir esse objetivo no tempo previsto.
Já Johnson, que não participou pessoalmente da abertura por estar em Roma na cúpula do G20, também falou sobre a COP26 diretamente da coletiva final do evento na cidade italiana.
"Vou ser muito claro: se Glasgow fracassar, tudo vai fracassar. Nós fizemos progressos nesse G20, mas temos uma estrada longa adiante", pontuou ainda.
Na declaração final do G20, os líderes se comprometeram com a meta de 1,5°C - mas não deram indicativos de como isso será atingido.