No pior maio dos últimos cinco anos, a Amazônia sofreu desmatamento de 1.391 km² no período, um aumento de 67% em relação ao ano passado, que era o pior da série recente. O número foi divulgado nesta sexta-feira pelo sistema Deter, do Insistuto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitora a floresta em tempo real por satélite.
O dado reflete uma tendência de alta acentuada na derrubada anual de mata na região, que já perdeu mais de 6.500 km² até agora. (O "ano fiscal" do desmatamento é medido de agosto de um ano a julho do ano seguinte.)
Como os meses de pico tradicionalmente são julho e agosto, caso a tendência deste ano se mantenha atla, o país pode se aproximar de novo dos 10 mil km² desmatados. Caso bata o recorde do ano passado registrado pelo Deter (9.216 km²), o período 2020/2021 será o pior em quinze anos.
O início do mês de junho começou com números altos. Os quatro primeiros dias deste mês tiveram uma área desmatada de 329 km². Nos 30 dias de junho de 2020 foram 1.043 km2. Ou seja, a velocidade com que se está desmatando na última semana é o dobro daquela que era no mesmo mês do ano passado.
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Os estados amazônicos que mais perderam cobertura florestal neste ano fiscal do desmate são Pará (2.586 km²), Mato Grosso (1.261 km²) e Amazonas (1.161 km²).
O sistema Deter foi desenhado pelo Inpe para aproveitar imagens dos satelites Aqua e Terra, da Nasa, e alimentar as atividades de fiscalização contra o desmate na Amazônia. Como a qualidade das imagens é sujeita à presença de nuvens, porém, o Deter não é o projeto usado para medir a área total desmatada.
Essa função cabe ao Prodes, projeto também do Inpe que usa imagens do sistema Landsat, da Nasa. Os números do Deter, porém, tem sido um excelente indicador de tendência do desmate na região.