Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente
Divulgação/Ministério do Meio Ambiente
Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles , justificou o aumento do desmatamento no Brasil porque os brasileiros foram deixados "para trás" junto com a gestão de questões ambientais. Em entrevista ao Correio Braziliense , o chefe da pasta disse que o desmatamento não é um fenômeno que acontece no governo atual apenas, mas que vem crescendo.

"Nós deixamos os mais de 23 milhões de brasileiros para trás (na Amazônia). Esses brasileiros que mereciam ter sido cuidados junto com a questão ambiental, no mesmo patamar de importância, foram deixados para trás. E essa talvez seja a grande explicação de porquê o desmatamento aumenta", afirmou.

Em abril, Salles vai participar do primeiro encontro organizado pelo presidente dos Estados Unidos , Joe Biden , sobre mudança climática. Ele diz que pretende firmar acordos com o país, mas "defendendo também, sempre, o interesse primordial dos brasileiros".

De acordo com o ministro, de 100% de emissões globais de gases de efeito estufa, o Brasil representa apenas 3%. Dentro dos 3%, metade se refere ao desmatamento ilegal. "Esse é o tamanho do nosso desafio. Controlar o desmatamento ilegal da Amazônia e, assim, controlar esse 1,5% global que esse desmatamento representa, mas colocando as pessoas no centro dessa política publica. Lembrando que cuidar das pessoas é cuidar ou ir contra o desmatamento ilegal. Nós chamaremos os países para participar desse esforço, para colocar os recursos que foram prometidos", disse.

Para cumprir esse objetivo, Salles afirma ele precisa de recursos e estratégias. "Recursos no volume e na proporção do desafio que ele é, e não pequenos recursos, o que seria uma espécie de cortina de fumaça para tentar resolver o problema. Por ocasião da renovação do compromisso brasileiro, da NDC brasileira, no final do ano passado, nós fizemos questão de colocar uma cifra anual de 10 bilhões de dólares. Então o Brasil, recebendo a partir desse ano, 2021, o volume de 10 bilhões de dólares, ele conseguirá antecipar sua neutralidade de carbono, que foi colocada no documento exatamente no mesmo prazo que a China colocou, portanto, 2060".

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