Multidões choraram as mortes de Freddie Mercury, Renato Russo, Cazuza e tantas outras pessoas que morreram por causa da aids. Com o passar dos anos muita coisa mudou. Aids não é mais sinônimo de morte. Muitos avanços no diagnóstico e no tratamento do HIV foram alcançados.

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A PrEP é uma das formas de prevenção do HIV
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A PrEP é uma das formas de prevenção do HIV

Atualmente, uma pessoa que vive com HIV e toma os remédios regularmente, tem a mesma expectativa de vida de uma pessoa não infectada e pode se tornar indetectável (não transmite o vírus por via sexual), se fizer o tratamento corretamente.

Apesar disso, a prevenção continua sendo a melhor forma de combate ao vírus. São seis estratégias consolidadas que estão disponíveis no SUS . Conheça elas (as informações são do Ministério da Saúde):

Uso de preservativos

O preservativo ou a camisinha é o método mais conhecido, prático e acessível para se prevenir da infecção pelo HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST), como a sífilis, a gonorreia e também alguns tipos de hepatites. Além disso, o uso também evita uma gravidez não planejada.

Pessoas que vivem com o HIV também devem utilizar a camisinha em suas relações para evitar outras IST, muitas vezes combinadas com outras formas de prevenção.

Existem dois tipos de camisinha: a masculina e a feminina e ambas são distribuídos gratuitamente no SUS.

Profilaxia Pós-Exposição (PEP)

A PEP, sigla em inglês para a Profilaxia Pós-Exposição, é um tratamento em que a pessoa deve se submeter nos casos de exposição ao vírus como: violência sexual, relações sexuais sem camisinha ou acidente com objetos perfuro-cortantes contaminados.

Trata-se de uma urgência médica, que deve ser iniciada o mais rápido possível – no máximo em até 72 horas após a exposição ao vírus. São 28 dias tomando uma combinação de remédios antirretrovirais diariamente com acompanhamento da equipe de saúde.

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP)

É um novo método de prevenção à infecção pelo HIV. A PrEP é a combinação de dois medicamentos antirretrovirais que devem ser tomados diariamente para impedir a infecção pelo vírus causador da aids.

Porém, a PrEP não é para todas as pessoas e situações. É indicada para pessoas com maior risco e vulnerabilidade acrescida para a infecção pelo HIV como pessoas trans, profissionais do sexo, gays e outros HSH (homens que fazem sexo com homens) e casais sorodiferentes.

A PrEP só tem efeito se os comprimidos forem tomados corretamente. Caso contrário, pode não haver concentração suficiente do medicamento para bloquear o vírus. Além disso, a medicação não protege de outras Infecções Sexualmente Transmissíveis, como sífilis, clamídia, gonorreia e hepatite B, e, portanto, deve ser combinada com outras formas de prevenção, como a camisinha.

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Pré-natal

Crianças podem nascer sem HIV. Para isso, gestantes e também suas parcerias sexuais devem realizar os testes para HIV, sífilis e hepatite B durante o pré-natal e no parto ou em caso de abortamento.

O diagnóstico e o tratamento de uma mãe que vive com HIV podem garantir o nascimento saudável do bebê. A gestante deve fazer o teste na primeira consulta do pré-natal, no último trimestre de gestação e no parto.

E se as gestantes forem diagnosticadas com o vírus durante o pré-natal, têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais. O tratamento previne a transmissão vertical para a criança. 

A criança recém-nascida deve receber o medicamento antirretroviral (xarope) por 4 semanas e ser acompanhada no serviço de saúde. Recomenda-se também a não amamentação, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno.

O teste de HIV

O teste de HIV deve ser feito sempre que a pessoa passar por uma situação de risco
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O teste de HIV deve ser feito sempre que a pessoa passar por uma situação de risco


Deve ser feito sempre que a pessoa tiver passado por uma situação de risco, como ter feito sexo sem camisinha. O vírus pode não ser detectado no teste realizado logo após a relação sexual desprotegida. Dessa forma, nos casos de resultados negativos e sempre que persistir a suspeita de infecção, o teste deve ser repetido após 30 dias.

O SUS oferece gratuitamente testes rápidos para diagnóstico do HIV e também para sífilis e hepatites B e C. Os testes estão disponíveis nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e outros serviços de saúde. No caso de resultado positivo para o HIV é importante começar o tratamento o quanto antes.

Tratamento

No Brasil, todas as pessoas diagnosticadas com HIV recebem tratamento gratuito pelo SUS. O tratamento traz vários benefícios: controla o vírus, diminui as complicações relacionadas às infecções pelo vírus, reduz a transmissão e diminui a mortalidade. 

O tratamento também tem a finalidade de prevenir a transmissão do HIV. Isso porque os medicamentos antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo da pessoa vivendo com HIV, que pode assim alcançar a chamada “carga viral indetectável”.

“A pessoa que é indetectável não transmite o vírus HIV por via sexual. Indetectável é igual a intransmissível”, explica médico infectologista Jean Gorinchteny, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas.

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“Mas, é importante considerar que o indivíduo com carga viral indetectável tem o risco de se expor a outras doenças sexualmente transmissíveis, como a sífilis, alguns tipos de hepatites ou a gonorreia, e por isso não deve abandonar o uso de preservativos”, acrescenta o infectologista.

Para que os métodos de combate ao HIV sejam cada vez mais eficientes é preciso que “aquelas pessoas que tiveram uma relação sexual de risco em algum momento da vida se submetam a testagens sorológicas para terem a certeza de que têm ou não a presença do vírus no organismo. Quanto mais rápido o tratamento for iniciado, melhor é o controle em cima da doença”.

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