Os primeiros casos de infecção do HIV no mundo ocorreram entre 1977 e 1978, no Brasil em 1982. Desde o início da epidemia 77,3 milhões de pessoas foram infectadas. Em 2017, de acordo com o UNAIDS Brasil e o www.aids.gov.br , 1,8 milhões de novos casos entraram para as estatísticas. Para diminuir esses números, trabalhos de conscientização em relação à prevenção, tratamento e transmissão do HIV são realizados.
A meta 90-90-90 estabelecida pelas Nações Unidas em 2015 estipula que em 2020 90% de todas as pessoas com HIV estejam diagnosticadas, 90% das diagnosticadas estejam recebendo tratamento antirretroviral ininterrupto e 90% das em tratamento apresentem carga viral indetectável. O resultado desta carga viral suprimida é a anulação da transmissão do HIV .
Os tratamentos existentes tornam a meta possível. O médico infectologista Dr. Ésper Kallás, professor da disciplina de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, explica que “nem todo portador do HIV transmite o vírus porque as medicações, quando utilizadas continuamente, diminuem a quantidade do vírus no sangue, reduzindo também a presente nas genitais e impossibilitando a transmissão”.
Mas, para que tudo isso se torne realidade é preciso haver uma conscientização da população. Conhecer as formas de infecção do HIV - que estão relacionadas ao contato com secreções genitais e sangue, e as formas de prevenção -, é muito importante. Por isso o Dr. Ésper listou as principais situações de risco.
Relacionamento sexual
Para o infectologista, a mais importante forma de transmissão é pelo relacionamento sexual, quando há contato com o vírus presente nas secreções genitais. “A forma de prevenção é a criação de uma barreira para que o HIV não consiga transpor no momento da relação”, explica o Dr. Ésper.
A mais conhecida barreira é a camisinha, porém medicamentos também são capazes de criar uma “carapaça de proteção”. São as profilaxias pré-exposição, quando o remédio é tomado por uma pessoa pertencente a uma população-chave antes do contato com o vírus, e a pós-exposição, quando o remédio é ingerido após uma relação de risco.
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Durante a gestação
A transmissão vertical pode acontecer durante a gravidez – quando o vírus passa pela barreira placentária -, no momento do parto – quando há contato sanguíneo ou com as secreções da mãe -, ou na amamentação. O primeiro passo da profilaxia é o diagnóstico para que ela e a criança recebam medicamentos e assim reduza a chances do bebê ter o vírus. Nesses casos a amamentação não é recomendada pelo Ministério da Saúde porque o HIV pode ser transmitido pelo leite materno.
Transmissão sanguínea
A transmissão sanguínea pode acontecer de diferentes formas: compartilhamento de seringas, utensílios cortantes não esterilizados – como alicates de manicures e agulhas de tatuagem -, transfusão de sangue, entre outros. Por isso, é importante fazer esses tipos de procedimentos apenas em locais de confiança e certificados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O Dr. Ésper enfatiza que existem outras formas de transmissão do HIV, como o compartilhamento de brinquedos sexuais, mas elas são pouco prováveis e dependem do conjunto de uma série de fatores. Situações como beijo, abraço e aperto de mão não oferecem riscos.
Realizar o teste de HIV com periodicidade é muito importante, já que o diagnóstico precoce permite o início do tratamento imediato. O tratamento, por sua vez, melhora a saúde de uma pessoa vivendo com o vírus e diminui as chances de transmissão do HIV por vias sexuais e ajuda na redução dos casos de aids em todo o mundo.