Aluno em escola
Reprodução: Freepik - 13/04/2023
Aluno em escola

Professores, alunos e pais estão recebendo vários alertas sobre possíveis ataques nas instituições de ensino para os próximos dias, principalmente no dia 20 de abril. Com os recentes episódios de atentados nas escolas que resultaram em morte, as ameaças tem causado pânico .

Especialistas da Educação não sabem a real motivação de um ataque ser programado para o dia 20, mas algumas hipóteses como a tentativa de um recesso de aula pré-feriado e o aniversário do líder nazista, Adolf Hitler, são consideradas.

"O pânico generalizado demonstra o empoderamento desses meninos que ameaçam ou apenas fazem “molecagens” para suspender aula pré-feriado. Sabemos que isso pode decorrer do aniversário do ataque em Columbine, EUA, em 1999 e neste mesmo dia é aniversário do Hitler", diz Simone de Melo, pedagoga e pesquisadora do GEPEM (Grupo de estudos em Educação Moral) da Unicamp.

Ainda, o compartilhamento dos possíveis ataques ocorrem principalmente nas redes sociais, por mensagens, fotos, vídeos e áudios.

"Vimos que não são tantos perfis que ameaçam, mas que o compartilhamento, curtidas fazem com que se amplifique dando uma ideia que são milhares de ameaças. Entendemos que as pessoas compartilham por medo, mas a melhor forma de combater é justamente não compartilhar, assim como, denunciar nos espaços específicos", diz a pedagoga.

Em São Paulo, onde aconteceu um ataque no dia 27 de março, quando um aluno de 13 anos esfaqueou professores e alunos da Escola Thomázia Montoro, na Vila Sônia (SP) , causando a morte da professora Elizabeth Tenreiro, de 71 anos, a segurança está reforçada e as ameças estão sendo monitoradas.

"A Polícia Civil, por meio da Divisão de Crimes Cibernéticos – DCCIBER, monitora as ameaças ocorridas nas redes sociais e realiza o trabalho investigativo, que tem como objetivo identificar os responsáveis e preservar vidas. Todos os casos registrados, sejam por meio eletrônico ou presencial, são investigados visando a identificação e punição dos autores", afirma a Secretaria de Segurança de São Paulo (SSP-SP) ao iG.

"A PM realiza ações de prevenção, além das de policiamento, para garantir a segurança e proteção da comunidade escolar do estado. Após o ataque registrado na escola da Vila Sônia, os comandantes das companhias de área se reuniram com os diretores escolares para discutir a ampliação dos programas e estratégias de combate a agressores ativos. Além da medida, a gestão estadual também estuda contratar policiais da reserva para que eles fiquem de forma permanente nas escolas", complementa a SSP.

Mães pedem mais segurança nas escolas

Ato pela segurança nas escolas
Reprodução: redes sociais - 13/04/2023
Ato pela segurança nas escolas

Preocupados com a segurança nas escolas, mães da comunidade escolar organizaram um ato para amanhã (14/04) em frente a Diretoria Regional de Educação do Jaçanã, no Tremembé, em São Paulo.

Elas pedem "segurança em período integral nas escolas públicas e apoio psicológico para as nossas crianças".

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou nesta quinta-feira (13) que vai contratar 550 psicólogos e 1.000 seguranças privados para as escolas estaduais. 

O governo do estado informou que vai investir R$ 240 milhões na contratação desses profissionais. Os seguranças estarão desarmados e presentes nas escolas consideradas mais vulneráveis pela Secretaria de Educação e pelo Conviva, um programa de melhoria da convivência e proteção escolar. 

Os psicólogos farão visitas semanais a todas as escolas até o mês de julho deste ano. Segundo o governador, serão 600 mil horas em atendimentos presenciais com esses profissionais.

Disque denúncia

O Ministério da Justiça e Segurança Pública orienta que qualquer ameaça às instituições de ensino, alunos e docentes sejam denunciadas através do canal de denúncias "Escola Segura" , criado pelo governo federal no último dia 7.

O canal é exclusivo para envio de informações sobre ameaças e ataques contra escolas. As denúncias são anônimas e podem ser feitas a qualquer hora.

Ademais, o Ministério da Justiça divulgou a criação do Ciber Lab da SENASP, um grupo com 50 policiais para monitorar ameaças na internet relacionadas a possíveis ameaças e ataques contras as escolas. O serviço ficará em funcionamento 24h por dia.

Regularização das Redes Sociais

Segundo Flávio Dino, será publicada uma portaria que trata da  regulação de conteúdos referentes a ameaças e ataques contra escolas postados nas redes sociais.

De acordo com o ministro, há uma "epidemia de ataques e ameaças de ataques" contra unidades escolares, assim como de "difusão de pânico" nas famílias e nas escolas, e isso impulsionou a publicação da portaria nesta quarta-feira. 

"Foi nesse contexto que nós resolvemos editar a portaria 350, que traz medidas práticas, a fim de que haja uma regulação deste serviço prestado à sociedade, especificamente no que se refere à prevenção de violência contra escolas. Não se trata, portanto, de uma regulação ampla dos serviços. Mas de uma regulação estreita e específica para ameaças contra estudantes", destacou. 

Ainda, nesta quinta-feira (13), o Ministério da Justiça publicou uma portaria no Diário Oficial que prevê a suspensão ou multa de redes sociais que não removerem conteúdos de apologia à violência das plataformas .

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