Enem 2020 foi realizado em janeiro de 2021
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Enem 2020 foi realizado em janeiro de 2021

Dois coordenadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) responsáveis pelo  Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entregaram os cargos às vésperas da prova marcada para os dias 21 e 28 de novembro.

O GLOBO teve acesso aos ofícios com pedido de exoneração enviados internamente. Eduardo Carvalho Sousa, coordenador-geral de Exames para Certificação e fiscal de contratos do Enem, assinou o pedido na quarta-feira; e Hélio Junior Rocha Morais, coordenador-Geral de Logística da Aplicação do Enem e fiscal de contratos da prova e outros exames aplicados pela instituição, assinou o ofício de exoneração nesta sexta.

Segundo fontes, os coordenadores teriam entregado o cargo por discordâncias com a gestão de Dupas à frente do órgão. Sousa já estava de licença médica em decorrência do estresse causado pela elaboração da prova.

Na quinta-feira, servidores do Inep realizaram uma assembleia diante do órgão para denunciar assédio moral por parte do presidente da instituição Danilo Dupas . Na ocasião, os funcionários afirmaram que o Enem e outra avaliações feitas pelo Inep estão em risco devido à atuação do presidente. O servidor Hélio Morais, que entregou o cargo nesta sexta, esteve presente no ato diante da instituição.

Essa é a maior crise enfrentada pela autarquia durante o governo de Jair Bolsonaro. Dupas é o quarto presidente do Inep escolhido pela gestão Bolsonaro. Entre as denúncias citadas em um manifesto, os servidores afirmaram que Dupas se recusa a assumir funções que são atribuições do presidente. Ele chegou a resistir compor a Equipe de Incidentes e Respostas (Etir) do Enem 2021, responsável pela gestão de crise do exame, que historicamente têm como líder o chefe da autarquia, mas voltou atrás após o caso vir a público.

"Diante de tudo isso, questionamo-nos, inclusive, se Danilo Dupas quer mesmo permanecer como presidente do Inep, já que todas as suas ações demonstram que, na verdade, sua prioridade é resguardar o seu 'CPF'", afirmaram os servidores no manifesto lido na assembleia pelo presidente da Associação de Servidores do Inep (Assinep), Alexandre Retamal.

Em fevereiro deste ano, após a demissão do então presidente do órgão Alexandre Lopes, a Associação de Servidores do Inep (Assinep) já havia divulgado nota pública manifestando preocupação com as trocas sucessivas de comando na autarquia.

"A descontinuidade de gestão, com sucessivos períodos de instabilidade, tem contribuído fortemente para comprometer a execução do importante trabalho da autarquia na Educação", afirmou a Assinep na ocasião.

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