Há quase cinco meses fechadas, as escolas municipais do Rio voltam a abrir as portas nesta segunda-feira (10). As unidades, no entanto, não vão receber alunos e nem professores por enquanto. Apenas diretores, funcionários da parte administrativa e de serviços terceirizados vão retomar as atividades nessa primeira etapa. A limpeza das unidades ficará por conta da Comlurb.
Servidores foram pegos de surpresa, na última terça-feira, ao saberem que voltariam a trabalhar presencialmente. Ao longo da semana, eles foram convocados para participar de treinamentos virtuais com a Vigilância Sanitária, que explicou os protocolos.
Diretores ouvidos pelo EXTRA afirmam que não houve diálogo e que muitas unidades municipais não estão em condições de reabrir agora.
"Tem escola que foi arrombada, que está cheia de poeira e de baratas. Fomos orientados a fornecer todos os talheres embalados e servir as refeições para os alunos nas salas. As escolas não têm estrutura e nem orçamento para esse tipo de coisa", disse um diretor, que pediu anonimato.
Os diretores afirmam terem sido pressionados para voltar a trabalhar presencialmente. Eles contam que se sentiram ameaçados em reuniões com representantes da Secretaria de Educação , nas quais teriam sido lembrados de que o cargo de diretor é comissionado.
Prefeitura contesta ameaças
A Secretaria Municipal de Educação informou, em nota, que desconhece a oposição dos diretores de escolas , e que nega qualquer tipo de ameaças em relação aos cargos de diretores e funcionários. Comunicou ainda que a verba para os equipamentos virá da própria secretaria, que a reabertura é para organizar a infraestrutura das escolas, que qualquer problema que impeça o retorno de algum profissional do grupo de risco para a Covid-19 será respeitado, e que não há previsão para a reabertura dos refeitórios.
A prefeitura ainda não definiu uma data para a volta às aulas nas escolas municipais. Já em relação à rede privada, a definição sobre o retorno está no centro de um embate que envolve o governo do estado, o Ministério Público, a Defensoria Pública e o judiciário. Na decisão mais recente, a Justiça do Rio determinou a suspensão do decreto municipal que liberou a volta às aulas na rede privada. A prefeitura recorreu da decisão.