Sem definição por parte dos governantes, apenas escolas particulares retomaram atividades no Rio
Gabriel de Paiva / Agência O Globo
Sem definição por parte dos governantes, apenas escolas particulares retomaram atividades no Rio

Enquanto a Prefeitura do Rio e o governo estadual  travam uma batalha sobre a volta ou não das aulas presenciais nas escolas particulares, algumas instituições de ensino decidiram reabrir e receber seus estudantes, tomando todas as medidas de segurança. Segundo o Sindicato dos Professores de Escolas Particulares do Município do Rio (Sinpro), sete unidades já estão funcionando na cidade: Centro Educacional Camões-Pinochio, na Freguesia; Jardim Escola Tia Paula, em Madureira; Rio Internacional School, na Barra; Colégio Francisco de Assis, em Realengo; Escola Lucena, na Vila da Penha; Fun Kids, na Tijuca; e Centro Educacional Atitude de Ensino, na Taquara.

Na Tia Paula, nesta quarta-feira (5), uma cena inusitada chamou atenção pela manhã. Os estudantes que chegavam à unidade eram recebidos com aplausos de pais e funcionários de outros colégios particulares, que ainda não abriram. Embora a prefeitura tenha autorizado o retorno dos alunos para as turmas de 4º, 5º, 8º e 9º anos do ensino fundamental, o governo do estado prorrogou a restrição de funcionamento das escolas , inclusive da rede privada, até o dia 20 — a suspensão das aulas presenciais por mais 15 dias foi publicada ontem no Diário Oficial do estado. Em meio à confusão, muitas escolas continuam sem saber a quem devem obedecer.

Coordenadora da escola Giz, na Tijuca, Angélica Brago foi uma das pessoas que aplaudiram a chegada dos alunos à escola de Madureira. Segundo ela, a manifestação foi organizada num grupo de WhatsApp que reúne gestores de diversas escolas particulares da cidade: "fizemos essa manifestação de apoio à Tia Paula para que outras escolas tenham coragem de tomar a mesma iniciativa. Apesar dessa confusão entre as autoridades, as escolas particulares estão preparadas".

Nesta quarta-feira, segundo dia de aula na Tia Paula, a adesão foi de 22%, um pouco mais do que na véspera. Compareceram cerca de 40 alunos , em turnos escalonados, do 4º e do 5º ano. De acordo com a proprietária, Paula Elisa Piumato Pinna, alguns pais ficaram receosos por causa da decisão do governo de prorrogar o fechamento de escolas.

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O Ministério Público do Rio ( MPRJ ) e a Defensoria Pública afirmaram, nesta quarta, que as escolas privadas não devem reabrir, fazendo prevalecer o decreto estadual. A nota conjunta, de acordo com o G1, diz que o estado deve, inclusive, usar do “poder de polícia administrativa para impedir o funcionamento presencial das unidades escolares da rede privada da cidade do Rio de Janeiro”. Procurados, o governo do estado e a Prefeitura do Rio dizem que seu respectivo decreto deve prevalecer sobre o outro. Enquanto isso, pais e professores seguem sem saber que rumo as coisas vão tomar.

Nesta semana, profissionais de rede municipal de educação começaram a ser convocados para se prepararem para a volta às atividades presenciais. Embora o retorno dos alunos ainda não tenha data definida, a prefeitura já tem um cronograma pronto para a retomada . O planejamento prevê datas para treinamento dos funcionários, reabertura das unidades e medidas sanitárias como divisórias de plástico entre os alunos.

O cronograma, ao qual o “RJTV” teve acesso, prevê que as equipes voltem a trabalhar presencialmente nas unidades a partir da próxima segunda-feira. Nessa primeira fase, professores ainda vão permanecer em casa, mas vão começar a fazer o treinamento online. As escolas vão funcionar das 9h às 14h. Serão retomados os serviços de telefonia, internet, limpeza e tudo o que as escolas precisam para funcionar.

A secretária municipal de Educação, Talma Suane, disse que, apesar do cronograma, ainda não há data de retorno: "as aulas na rede municipal não retornarão enquanto a Secretaria municipal de Saúde e o Comitê Científico não derem essa validação".

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