Abaixo-assinado foi criado pelos responsáveis por alunos em escolas particulares
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Abaixo-assinado foi criado pelos responsáveis por alunos em escolas particulares

Um grupo de responsáveis por alunos de escolas particulares criou um abaixo-assinado online para cobrar um posicionamento das instituições da cidade contra a  campanha de volta às aulas do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe-Rio). No último fim de semana, a entidade veiculou um vídeo polêmico sobre a pandemia, no qual dizia que "trancar todos em casa não é ciência" e que "estudos só confundiram".

Na petição online, chamada "Carta aberta de pais e mães às escolas privadas cariocas", o grupo faz duras críticas ao Sinepe-Rio, ao retorno das aulas e ao posicionamento considerado negacionista da pandemia. O texto expõe dados sobre o combate ao coronavírus no país e repudia qualquer tentativa de normalização das mortes.

"O vídeo é chocante principalmente por seu conteúdo quase cínico, comprometido com o objetivo exclusivo de garantir adeptos à ideia de volta a uma 'normalidade controlada' por já 'conhecermos o vírus'", diz o texto.

Por fim, o grupo convoca as instituições privadas de ensino a se posicionarem claramente sobre o assunto.

"Nós, mães e pais que subscrevemos essa carta, desejamos que as escolas de nossas filhas e de nossos filhos, se filiadas, se posicionem de modo a, junto conosco, repudiar o discurso anticientífico e falacioso adotado por sua entidade representativa", conclui.

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A carta aberta foi publicada pela professora Renata Flores, mãe de uma criança de 2 anos. Ela relata que recebeu o vídeo com indignação e resolveu unir forças com outros pais e mães que discordam do conteúdo da peça.

"A carta, como a gente escreveu, é um claro desejo de mobilizar as escolas dos nosso filhos . Será que o estabelecimento que escolhemos para educar nossas crianças vão se colocar contra a ciência?", questiona.

Renata acredita que a petição está servindo para que os pais e mães unam forças. Em três dias, o abaixo-assinado já ultrapassa 2.100 assinaturas, e o grupo não descarta levar o caso ao Ministério Público para tentar evitar a reabetura das escolas.

Entre os pais que têm aderido ao movimento, é consenso que a reabertura das escolas privadas vai impactar toda a sociedade, incluindo alunos, famílias, funcionários e demais setores produtivos ligados à educação .

A filósofa Samita Bielschowsky, mãe de um aluno do 7º ano do Liceu Franco-Brasileiro, também assina a petição. Mesmo sem conhecer o grupo que escreveu a carta, ela engrossa o coro dos pais que enxergam sérios riscos na volta às aulas.

"É um movimento que a gente tem que tomar pra si. Porque, afinal, são a vida dos nosso filhos, as nossas e dos funcionários que estão em jogo. Eu tenho a opção de enviar meu filho ou não para a escola, mas os funcionários não terão essa essa. Isso me preocupa ainda mais", afirma sobre o retorno das aulas.  O Sinepe-Rio foi procurado, mais uma vez, para comentar a repercussão do vídeo, mas não se posicionou. 

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