O ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli voltou a atualizar seu currículo Lattes, desta vez para incluir a breve passagem no comando do ministério, de 25 a 30 de junho. Ele já tinha alterado o currículo duas vezes nos últimos dias por causa de informações incorretas que vieram à tona.
Após uma série de inconsistências, Decotelli foi demitido do MEC, antes de tomar posse. Seu nome chegou a ser publicado no Diário Oficial. Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro escolheu o atual secretário de Educação do Paraná, Renato Feder , para comandar o Ministério.
A gota d'água foi uma nota divulgada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em que a instituição negou que Decotelli tivesse sido professor efetivo ou pesquisador das escolas. Segundo a fundação, ele atuou como professor colaborador "apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos".
Decotelli, por sua vez, acusou a FGV de ter mentido em nota oficial e refutou as suspeitas de plágio em seu trabalho acadêmico de mestrado.
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Ele também foi desmentido pelo reitor da Universidade de Rosário (Argentina), que afirmou que o economista não tem doutorado pela instituição por não ter a tese aprovada. Dias depois, admitiu não ter o título de doutor. Ele disse que não tinha dinheiro para retornar à Argentina a fim de defender a tese. "Eu não tinha condições de pagar hotel, passagem aérea e ficar lá para poder concluir", disse.
Em outro episódio, a Universidade de Wuppertal (Alemanha) confirmou que Decotelli realizou uma pesquisa por três meses na instituição, mas que não emitiu título acadêmico ao economista. Ele afirmava ter pós-doutorado e que havia passado três anos na instituição. Após a nota, ele alterou novamente o currículo.
Um pós-doutorado não é um título acadêmico formal, mas é um termo usado em referência apenas a pesquisas feitas após um acadêmico obter um título de doutor — pré-requisito que Decotelli não tem."Pós-doutorado não é classe, pós-doutorado é pesquisa. Eu fui à pesquisa", defendeu-se, após revelação.
Desta vez a informação incluída no currículo Lattes do acadêmico está correta: Decotelli de fato comandou o MEC por cinco dias, entre 25 e 30 de junho.