O ex-ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli
, declarou em entrevista ao UOL
que o racismo foi um fator determinante na sua demissão após processo de desgaste junto ao presidente Bolsonaro e aos militares. Segundo Decotelli: ''Há muitos brancos com imperfeições em currículo trabalhando sem incomodar ninguém" .
Decotelli foi nomeado ministro na semana passada, mas pouco tempo à frente da pasta decidiu se demitir por conta da forte pressão que recebeu por ter fraudado informações acadêmicas e profissionais em seu currículo.
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O ex-ministro foi desmentido por universidades da Argentina e da Alemanha sobre os seus títulos de doutor e pós-doutor respectivamente, além de ter sido acusado de plagiar sua tese de mestrado apresentada à FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Nas redes sociais houve um debate sobre se o fato de Decotelli ser negro influenciou na pressão de que foi alvo por conta das fraudes. Usuários lembraram que outros dois ministros do governo Bolsonaro, Damares Alves da Mulher, Família e Direitos Humanos e Ricarod Salles do Meio Ambiente, também foram expostos por erros nos currículos mas se permaneceram no cargo e não sofreram tantos ataques.
Decotelli afirma ter sido alvo de boicote da FGV por "interesses obscuros, não declarados, na intenção de apoiar outro ministro a ser indicado". A universidade divulgou que Decotelli nunca foi professor da insittuição, mas passsaram a circular nas redes fotos de homenagens da instituição a Decotelli em que chamam o ex-ministros de "professor".
Decotelli ministrou a última aula pela instituição,na disciplina de Administração de Recursos de Longo Prazo no MBA de Finanças, na noite de ontem.[Me sinto] Destruído e massacrado na minha integridade como professor", disse o ex-ministro.
Em nota, a instituição declarou que Decotelli atuou apenas "nos cursos de educação continuada, como professor colaborador, nos programas de formação de executivos".