O Ministério da Educação anunciou na manhã desta quarta-feira (17) detalhes do projeto Future-se , que tem como objetivo aumentar a verba privada no orçamento das universidades federais brasileiras.
No anúncio do projeto, o secretário de educação superior do MEC , Arnaldo Lima, listou uma série de atividades pensadas pelo governo para reunir mais verbas em parceria com a iniciativa privada. Entre elas estão vender os nomes dos campi, realizar parcerias públicas público-privadas e ceder prédios universitários para eventos em prol da geração de uma renda própria. “A gente quer permitir que a gente forme cada vez mais talentos para gerar mais oportunidades, porque a educação é um bem público”, afirmou Arnaldo.
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O secretário de educação superior lembrou que o Future-se vai passar por consulta pública antes de ser efetivado e que, mesmo sendo oficializado, terá adesão a cargo das instituições públicas de ensino. Os contratos da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) para a adminsitração de hospitais universitários foram usados como exemplo de parceria de sucesso.
Além da Ebserh, o secretário lembrou dos investimentos que já ocorrem no País. “A Vale está patrocinando a própria construção e manutenção do campus de Itabira. O campus de Itabira vai ser construído com o dinheiro privado. Isso é uma coisa que o ministro nos ensina, a gente não pode ter complexo de vira-lata, a gente tem que acreditar em si mesmo”, afirmou. Ele lembrou que a Universidade de São Paulo ( USP ) e a Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ), ambas estaduais, realizam esses tipos de parceria e estão na frente em rankings mundiais de educação.
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Além dessas parcerias, a arrecadação de recursos para modernização de museus, bibliotecas e extensões por meio da Lei Rouanet e a criação de fundos financeiros para patrocinar pesquisas e premiar professores que atingirem bons resultados.
O Ministério disse ter recebido R$ 50 bilhões em lotes da União. Com o fundo de patrimônio imobiliário, a ideia é ceder o terreno para a iniciativa privada e ter um tipo de “parceria” com o terreno construído pelo setor. “Isso vira um shopping, que em um terreno construído vai poder ser valorizado. O dinheiro da União aumenta, o dinheiro do Future-se aumenta e a própria rentabilidade das salas comerciais também vão agregar valor a esse programa e volta tudo para o investimento de multimercado que a gente quer fazer”, lembra.
Quem tiver interesse em participar da pesquisa do Future-se pode responder aos questionamentos da consult a pública no site do Ministério da Educação.