Milhares de estudantes, professores e funcionários públicos realizam, desde as primeiras horas desta quinta-feira (30), a  segunda onda de manifestações contra os cortes no orçamento do Ministério da Educação (MEC). A medida, imposta por decreto publicado em março, foi promovida pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que chama o ato de "contingenciamento".

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Ao menos 22 Estados, mais o Distrito Federal, registraram manifestações até as 17h desta tarde. São eles: Bahia, São Paulo, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Paraíba, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Acre, Pará, Paraná, Santa Catarina, Amapá, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Goiás.

A maior parte dos atos realizados na primeira metade do dia se concentrou em cidades do interior. De acordo com a UNE (União Nacional dos Estudantes), os maiores protestos até aqui ocorreram em Salvador e em Brasília, com cerca de 30 mil pessoas em cada um. Na capital federal, inclusive, os estudantes  queimaram um boneco que representava o presidente Bolsonaro e a polícia prendeu um manifestante que estava cobrindo o rosto .

Os principais alvos dos manifestantes são o próprio presidente Jair Bolsonaro, o ideólogo Olavo de Carvalho e o ministro da Educação, Abraham Weintraub. O chefe do MEC, lembrado em várias faixas e placas que se referem às "balbúrdias" em universidades reclamadas por Weintraub, foi ironizado também por conta de um vídeo publicado pela manhã , no qual ele usa um guarda-chuva para reclamar que "está chovendo fake news".

No Recife, grupos providenciaram um boneco de Olinda representando Paulo Freire, em protesto contra proposta de deputado do PSL para tirar do educador o título de patrono da Educação do Brasil e dá-lo ao padre José de Anchieta.

Nem só de educação se alimentam os protestos

Em Brasília, manifestante levou cartaz lembrando morte de músico e de catador em ação do Exército no Rio de Janeiro
Claudio Reis/FramePhoto/Agência O Globo - 30.5.19
Em Brasília, manifestante levou cartaz lembrando morte de músico e de catador em ação do Exército no Rio de Janeiro

Mas nem só de temas ligados à educação que se alimentam os atos populares deste 30M (nome dado aos protestos em referência à data). Centrais sindicais aproveitaram a movimentação para promover uma greve geral agendada para o dia 14 de junho e diversos grupos atacam também a proposta de reforma da Previdência que tramita na Câmara.

Há também manifestantes com cartazes em lembrança à morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), em defesa da soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em protesto contra a ação do Exército que resultou na morte de um músico e de um catador no Rio de Janeiro.

Em Curitiba, manifestantes  voltaram a estender uma faixa com os dizeres "Em defesa da Educação" em frente ao prédio da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A faixa colocada anteriormente, no primeiro ato, realizado no dia 15, foi retirada no último domingo (26) por outros manifestantes que participavam de ato em defesa do governo Bolsonaro.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, principais vitrines para protestos populares, os atos devem ter início nos próximos momentos. Na capital paulista, a concentração já toma completamente o Largo da Batata, na zona oeste da cidade. Já no Rio, os manifestantes se concentram na Praça da Candelária, na região central. 

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