Ricardo Vélez, o ministro da Educação, voltou atrás quanto à recomendação de se repetir o slogan de Bolsonaro nas escolas
Luis Fortes/MEC - 2.1.19
Ricardo Vélez, o ministro da Educação, voltou atrás quanto à recomendação de se repetir o slogan de Bolsonaro nas escolas

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, não deixou que se completassem 24 horas do  polêmico e-mail enviado pelo Ministério da Educação (MEC) às escolas brasileiras, e já recuou, nesta terça-feira (26), quanto a algumas das orientações dadas ao diretores, principalmente às relacionadas ao slogan da campanha de Jair Bolsonaro "Brasil acima de tudo. Deus acima de todos". Vélez disse que errou e retirou da carta o slogan de Bolsonaro.

"Eu percebi o erro. Tirei essa frase [com o slogan de Bolsonaro] . Tirei a parte correspondente a filmar crianças sem a autorização dos pais. Evidentemente se alguma coisa for publicada será dentro da lei, com a autorização dos pais. Saiu hoje de circulação", disse o ministro da Educação a jornalistas, nesta terça. Uma nova carta deve ser enviada ainda nesta terça.

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Reprodução

Carta enviada pelo MEC e assinada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez pede para que diretores citem slogan usado por Bolsonaro na campanha

O e-mail do MEC continha uma carta do ministro da Educação, com um pedido de cumprimento voluntário para que fosse lida no primeiro dia letivo deste ano. No texto, além de uma saudação à educação responsável e de qualidade, consta o slogan usado por Jair Bolsonaro em sua campanha e a orientação de que os alunos sejam gravados, depois de perfilados, para cantar o hino nacional.

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Hoje cedo, o ministro se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e comentou sobre medidas planejadas para o ministério que toca. A decisão de mudar o texto da carta foi divulgada aos jornalistas após o encontro com Alcolumbre.

"Estive com o presidente do Senado, uma pessoa maravilhosa, muito aberta ao diálogo e nós, no ministério, temos como função cuidar da educação do Brasil, ajudar a educação, melhorar, de mãos dadas com nosso representantes no Parlamento", disse Vélez.

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A carta enviada ontem gerou repercussão na Câmara. O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ) gravou um vídeo informando que iria denunciar Vélez pelo crime de responsabilidade. Segundo o parlamentar, é inadmissível que o slogan de Bolsonaro seja lido por diretores em escolas. Por sua vez, a deputada Janaina Paschoal também criticou o ministro, sugerindo que ele procurasse um assessor jurídico. 

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