Maioria dos entrevistados pelo Datafolha defende educação sexual e discussão sobre política nas escolas brasileiras
Felipe Barros/ExLibris/Secom-PMI
Maioria dos entrevistados pelo Datafolha defende educação sexual e discussão sobre política nas escolas brasileiras

Embora movimentos contrários ao ensino da educação sexual e à prática de promover discussões políticas dentro das salas de aula tenham crescido nos últimos anos no País, a maioria dos brasileiros ainda é a favor da abordagem desses conteúdos nas escolas. Isso é o que revela a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (7).

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De acordo com o levantamento, enquanto 71% concordam com – sendo que 54% apoiam totalmente – a presença de assuntos políticos nas escolas, 54% dos entrevistados são a favor de uma abordagem clara dos professores aos alunos, a respeito da educação sexual . Neste segundo caso, o endosso é maior entre as mulheres (56%) do que entre homens (52%), mas fica empatado na margem de erro.

Ensinar a respeito de sexo nas escolas é algo que divide a população. Quanto maior a escolaridade dos entrevistados, maior o apoio à esse tipo de conteúdo. Entre aqueles com ensino superior, o percentual é de 63%. Porém, enquanto 35% das pessoas concordam totalmente com esse conteúdo nas escolas , os que desaprovam totalmente também somam outros 35%.

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Quanto às discussões sobre política , o percentual de apoio a esse tema nas escolas é maior do que a discordância em todos os recortes analisados pelo instituto, seja por idade, renda, religião e preferência partidária, por exemplo. 

A aprovação por assuntos políticos nas salas de aula também cresce de acordo com a escolaridade. Afinal, entre aqueles que têm ensino superior, 83% concordam com a afirmação de que esse tema deve estar presente nas escolas. Entre os 28% dos que se opõem à discussão política nas aulas, 20% dizem discordar totalmente. Os outros 8% discordam em parte.

A pesquisa, que envolveu 2.077 pessoas entrevistadas em 130 municípios, entre os dias 18 e 19 de dezembro, possui margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Ela ocorre em um contexto em que pipocam, em todo o País, projetos legislativos inspirados no movimento Escola Sem Partido , que prevê limitar o que o professor pode falar em sala de aula e, na maioria dos casos, vetar menções a política, gênero e assuntos relacionados a sexo.

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Segundo o Datafolha, o viés do Escola Sem Partido, relacionado com a oposição à  educação sexual nas escolas, só é superior em dois grupos: entre os que dizem ter votado no presidente Jair Bolsonaro (54%) e entre evangélicos (53%).

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