O brasileiro é um dos mais engajados do mundo em questões ambientais
. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Grupo Atmmos. O estudo analisou o comportamento dos internautas nos últimos três anos, se estendendo até o primeiro semestre de 2023. A conscientização expressa nos meios virtuais superou a soma de todos os outros países da América Latina. O critério utilizado foi a média do número de compartilhamentos, comentários e curtidas.
Mas não é para menos. Os brasileiros sentem na pele os efeitos das mudanças climáticas e têm uma forte ligação simbólica com a Amazônia, que possui sua maior parte no território do Brasil . Esse bioma, que vem sofrendo com o desmatamento e as queimadas, é o mais citado nas conversas virtuais, ficando muito a frente de outros ecossistemas também ameaçados, como Pantanal, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.
A liderança do desmatamento
Esse estudo pode servir de base para o monitoramento, a avaliação e a oferta de ativos verdes, servindo de ferramenta para as empresas implantarem propostas ativas para compensar suas pegadas ambientais, além da criação de valores e tabelas relacionadas ao créditos de carbono.
As manifestações demonstram que o valor agregado em torno do crédito de carbono vem reconfigurando os incentivos a adoção de outras práticas sustentáveis e impulsionando as empresas a se adaptarem.
O termo “desmatamento” se faz presente na maioria das discussões online, estando firmemente enraizado também no discurso político. Em seguida, aparecem as palavras “Queimadas”, “Mudanças Climáticas” e “Poluição” quase empatadas e, depois, “Aquecimento Global”.
Pautas eleitoreiras
Os debates realizados na campanha de 2022 elevaram ao topo o engajamento em torno de questões ambientais em comparação com outras temáticas públicas. Essa ascensão aos epicentros discursivos mostra que o poder público, as empresas, as organizações sociais e a mídia devem se preparar para engajamentos e comunicações mais eficazes nesta direção.
Além do contexto político, o documento aponta que o tema ambiental faz parte das conversas em torno de outros problemas socioeconômicos, como: garimpo ilegal, preservação dos povos originários, corrupção, fome e agricultura.
O Twitter, rebatizado como “X” , é a mídia social preferida para manifestações de consciência ambiental, enquanto o Instagram é o menos utilizado para este fim. Já nas buscas online, o estudo aponta proporcionalmente a procura maior pelo tema nas cidades diretamente mais afetadas pelos transtornos ambientais. Liderando o "Top 5" das buscas online neste primeiro semestre de 2023, está o município de Cruzeiro do Sul, no Acre. Na sequência, estão: Cáceres (MT), Pinheiro (MA), Balsas (MA) e Colombo (PR).
ESG dispara
Já nos reportando especificamente ao mundo dos negócios, detectamos a disparada da aplicação nos conteúdos da expressão ESG (sigla em inglês para a junção da Governança, o Social e o Ambiental) altamente presente nas discussões, relatórios, comunicações e ações empresariais. Ou seja, mostra a verdadeira corrida das organizações para se enquadrarem a esta diretriz.
Há também uma tendência crescente de direcionamento de capital para soluções eco-friendly (remete à expressão “amigável ao meio ambiente”) alinhados a concepção de uma ética verde.