O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para atuação nos aeroportos e portos do Rio de Janeiro e São Paulo, em uma ação que tinha o potencial de ser alvo de críticas da oposição.
A estratégia planejada pelos parlamentares bolsonaristas era questionar a "intromissão" do governo federal na segurança pública. No entanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) optou por ouvir o conselho de aliados militares da reserva, que o aconselharam a evitar o ataque.
O argumento usado pelos aliados de Bolsonaro era que as críticas à GLO poderiam ser interpretadas como ataques às Forças Armadas e que, ao mesmo tempo, poderiam aproximar a população do governo federal.
A ação poderia ser vista como um movimento para reforçar o compromisso do governo com a segurança pública.
Bolsonaro chegou a afirmar que uma forma de questionar a GLO seria argumentar que o governo federal estava limitado apenas aos aeroportos e portos, enquanto milicianos e traficantes atuam nas comunidades e favelas.
No entanto, ele foi convencido de que esse tema poderia dividir o país. Além disso, a nomeação de Flávio Dino (PSB-MA) como ministro da Justiça e Segurança Pública aumentaria a capacidade do governo federal de se comunicar eficazmente, potencialmente aumentando a popularidade de Lula.
Em resposta, Bolsonaro instruiu os parlamentares bolsonaristas a concentrarem seus esforços em outros tópicos, como a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, bem como a polêmica em torno do déficit zero, a fim de criticar o governo de Lula.
Dino afirmou que a GLO decretada por Lula será diferente em relação a outras. Isso porque os homens das Forças Armadas não irão trabalhar em locais de responsabilidade dos estados, mas sim de áreas que são da União.
O governo decidiu decretar a GLO para que ocorresse integração das Forças Armadas com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
Um exemplo usado pelo almirante Olsen, comandante da Marinha, foi que, caso os militares identificassem alguma suspeita de crime, eles teriam que chamar a Polícia Federal para investigar as suspeitas. Com a GLO, os militares terão poder de polícia e poderão agir.
Motivo da GLO
Alguns estados brasileiros estão enfrentando crises na área de segurança pública, o que levou o governo federal a buscar medidas para conter o crime organizado.
O Rio de Janeiro, por exemplo, viu a situação piorar com a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende. Criminosos incendiaram 35 ônibus como retaliação.
Por conta disso, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), solicitou ajuda do governo federal para enfrentar os milicianos.