A disputa pela vice-prefeitura na chapa de Guilherme Boulos (PSOL) ganhou mais um capítulo nos bastidores do PT e deve acirrar a disputa pelo cargo. O deputado estadual Eduardo Suplicy se colocou à disposição e a cúpula petista tem cogitado o nome do ex-senador para formar chapa com o deputado federal.
Suplicy e as cúpulas do PT e do PSOL se reuniram nesta semana e debateram algumas divisões nas funções dos candidatos. O ex-senador pediu a palavra e disse que se estiver bem de saúde, poderia assumir o cargo.
Entretanto, há jogos políticos envolvidos em torno do vice de Boulos, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Isso porque a esposa do ministro, Ana Estela Haddad, também está na disputa pelo cargo.
Pessoas envolvidas nas negociações admitiram ao iG que Ana Estela tem forte apelo da cúpula nacional do partido e a influência de Haddad também pode contar a favor da dentista.
Fontes ainda revelaram o nome da deputada federal Juliana Cardoso como uma das cotadas para o cargo. A própria deputada teria se colocado à disposição e tem o nome bem avaliado internamente.
Saúde de Suplicy é fator
Ao iG, pessoas ligadas à cúpula do PT afirmaram que a saúde de Eduardo Suplicy pode ser um fator contrário ao deputado. Suplicy está com 82 anos e foi diagnosticado com Mal de Parkinson recentemente.
Aliados do ex-senador ainda ressaltaram que ele apresenta dificuldades de fala e raciocínio, mas exaltaram a força política dele nos bastidores. Apenas na capital paulista, Suplicy obteve 395 mil votos, número que alavancaria a campanha da esquerda na cidade.
À coluna, Suplicy confirmou ter tido conversas, mas que apoiaria uma mulher para ser vice de Guilherme Boulos. Ele ressaltou que tem tomado medicamentos para evitar a piora da doença e se vê fortalecido para participar da campanha do psolista.
Deputados estaduais não estão descartados
Embora os três nomes citados acima disparem entre os favoritos para o cargo, a cúpula petista não descarta colocar outros deputados estaduais na chapa. As lideranças da legenda acreditam que o apelo dos parlamentares na capital pode contar como fator “player” para a campanha.
O líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Paulo Fiorilo, e os deputados Luiz Claudio Marcolino, Simão Pedro, Reis e Donato também são vistos com bons olhos pelo partido, mas correm por fora na disputa.
Desses, Fiorilo, Reis e Donato foram vereadores da capital e tem apelo político na esquerda paulistana. O último, inclusive, chegou a ser presidente da Câmara Municipal na gestão de Fernando Haddad na prefeitura.
Já Simão Pedro foi secretário de Serviços da capital paulista entre 2013 e 2016 e está em seu quarto mandato de deputado federal. Marcolino também é um velho conhecido o partido e foi vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), além de estar em seu segundo mandato na Alesp.