As movimentações em Brasília já começaram mesmo antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oficializar a escolha de Flávio Dino (PSB-MA) para uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
Enquanto o cenário da indicação ao STF ainda não está definido, aliados e grupos de esquerda já discutem possíveis mudanças nos ministérios do governo, inclusive a AGU.
Uma das principais discussões gira em torno da possibilidade de uma mulher assumir o Ministério da Justiça, sucedendo Dino, caso ele seja confirmado no Supremo.
Lideranças do PT chegaram a indicar o nome de Gleisi Hoffmann para o cargo, porém, a presidente do partido demonstrou desinteresse pela proposta em um primeiro momento. Ela alega que não tem muita intimidade com a pauta de segurança pública.
Enquanto isso, aliados do Centrão sugeriram a Lula a ideia de desmembrar o Ministério da Justiça e Segurança Pública em duas pastas distintas. A proposta seria nomear alguém do PSB para assumir o Ministério da Justiça e outra pessoa do Republicanos para a Segurança Pública.
Por sua vez, alas de centro-esquerda defendem diferentes cenários, como a nomeação de alguém do PSB diretamente para o Ministério da Justiça ou a transferência de Jorge Messias para a pasta e a escolha de uma mulher para a Advocacia-Geral da União.
O presidente, atento às diversas sugestões, ainda não tomou uma decisão definitiva sobre o assunto. Sua prioridade inicial é definir se Flávio Dino será realmente indicado ao STF, para ocupar a vaga que vai ser deixada por Rosa Weber, prevista para outubro.
Somente após essa definição é que Lula avaliará a necessidade de realizar mudanças nos ministérios.
Entre todas as opções apresentadas, uma ideia que parece ter agradado mais ao presidente é a possibilidade de nomear Jorge Messias para o Ministério da Justiça e, posteriormente, escolher uma mulher para ocupar a AGU.
No entanto, até que a indicação de Flávio Dino ao STF seja confirmada, as discussões sobre a composição do governo permanecerão em segundo plano.