O PT decidiu não lançar um candidato próprio para concorrer à Presidência da Câmara para o biênio 2025/2026. O Palácio do Planalto quer evitar um confronto direto com o Centrão e evitar consequências negativas, como ocorreu durante a gestão de Eduardo Cunha no governo Dilma Rousseff.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu aos seus articuladores que negociassem com Arthur Lira a possibilidade de o PT apoiar o candidato preferido do presidente da Câmara
O governo avalia que é fundamental manter uma boa relação com o futuro chefe de uma das Casas de Leis, como tem ocorrido até o momento com Lira. Essa estratégia visa garantir a governabilidade e facilitar a aprovação de projetos de interesse do governo no Congresso Nacional.
Ao optar por não lançar um nome próprio, o PT busca evitar desgastes políticos desnecessários e fortalecer a sua posição na negociação com o Centrão, que possui uma expressiva bancada na Câmara. A intenção é buscar um acordo que seja favorável aos interesses do partido e que permita a construção de uma base aliada sólida.
Com essa decisão estratégica, o PT mostra mais uma vez que seu objetivo é ser pragmático para influência política e ter apoio para seus projetos no parlamento.
PT adotou a mesma estratégia no começo do ano
A estratégia é a mesma adotada pelo partido no começo do ano. O PT e sua base aliada estudaram a possibilidade de lançarem um nome para comandar a Câmara, mas identificaram que dificilmente derrotaria Arthur Lira e decidiram negociar com o presidente da Casa.
O Partido dos Trabalhadores fechou questão no nome de Lira, que foi reeleito com 464 votos. A partir daí, o chefe da Câmara passou a negociar pauta por pauta com o Palácio do Planalto.
Porém, o governo Lula não conseguiu formar uma base sólida na Câmara no primeiro semestre e agora articula para ter alianças com o Centrão. Não por acaso, há grande possibilidade do presidente da República fazer uma reforma ministerial até o fim do ano.