O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer estar mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para poder indicar nomes a cargos do governo federal. O líder da Casa de Leis soube que o chefe do Executivo federal participará mais das negociações que ocorrem em Brasília e ficou muito feliz com a notícia.
Para aliados, Lira relatou que é muito mais fácil dialogar com Lula do que outros nomes do governo. O deputado falou abertamente para vários parlamentares que o presidente da República, Fernando Haddad (PT-SP), Simone Tebet (MDB-MS), Geraldo Alckmin (PSB-SP) e Márcio França (PSB-SP) são figuras exemplares na relação com o Congresso Nacional.
O chefe da Câmara também destacou que é mais fácil negociar projetos com Lula do que com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), porque o petista tem maior conhecimento da máquina pública e costuma aprofundar os diálogos para encontrar o melhor caminho.
Lira já deixou claro que tem pretensão de estar ao lado do Planalto, tanto que conseguiu afastar boa parte do PP do bolsonarismo e há um flerte enorme para que o partido esteja na base governista. No entanto, para que isso ocorra, o governo federal terá que apresentar contrapropostas.
O presidente da Câmara, por exemplo, sonha em ter dois ministérios de grande porte. A Casa Civil e a Saúde são tratadas como prioridades da sigla. Porém, Lula não tem o menor interesse em fazer mudança no Ministério da Saúde e nem mexer com Rui Costa (PT-BA).
Lira também quer ter maior influência nas indicações de cargos de segundo e terceiro escalão do governo. Nesses setores, o presidente da República não tem resistência e está aberto para negociar.
Grupo de Lula articula Elmar Nascimento no Planalto
Um grupo de petistas tenta convencer Lula a convidar Elmar Nascimento para ter um ministério, conforme revelou a jornalista Thaís Oyama, do UOL. O deputado é muito próximo de Lira, é tratado como sucessor do presidente da Câmara para 2025 e carrega cerca de 50 votos com ele.
Mas Elmar possui inimigos dentro do governo, como o senador Jacques Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Porém, já há articulações para que as inimizades sejam colocadas para debaixo do tapete para que Elmar esteja ao lado de Lula no segundo semestre, conforme apurou a coluna Panorama, do Portal iG – Último Segundo.
Lula tem escutado todos os aliados, mas não deu nenhuma indicação de qual atitude tomará a partir de agora. A tendência é que o presidente converse com Lira e Rodrigo Pacheco, chefe do Senado, para saber quais caminhos deverá seguir para ter uma base mais sólida no Congresso Nacional.
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