O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (25) que não retornou ao cargo de chefe do Executivo federal para ser “pior do que os primeiros mandatos”. Durante o evento do Dia da Indústria, organizado pela Fiesp, o petista amenizou as dificuldades do governo com o Congresso Nacional.
“Eu não voltaria para a presidência para ser menor do que fui. Voltei porque acho que é possível recuperar o país. Porque acho que é possível fazer o povo voltar a comer três vezes por dia, com mais universidades e saúde”, discursou o governante.
Essa é a primeira aparição de Lula após a crise que se instalou entre o Planalto e o Congresso Nacional. Na última quarta (24), os deputados votaram a favor da reestruturação dos ministérios e esvaziaram as pastas de Meio Ambiente e Mudança Climática e Povos Originários.
Apesar do clima ruim, o presidente da República resolveu amenizar a situação. Ele relatou que divergências entre os poderes fazem parte do jogo democrático e todos precisam buscar o diálogo.
“Tem dias que a gente acorda com notícias parecendo que o mundo acabou. Eu fui ler as notícias hoje, na verdade, tudo parecia normal. Uma comissão do congresso querendo mexer numa estrutura de governo que é difícil de mexer. Agora que começou o jogo. O que a gente não pode é se assustar com a política. Quando a sociedade se assusta com a política e começa a culpar a classe política, o resultado é infinitamente pior. É na política que se tem as soluções dos grandes e pequenos problemas do país”, opinou.
Lula fala das relações internacionais
Na semana passada, Lula participou da cúpula do G7 e realizou 11 reuniões bilaterais com autoridades internacionais, além de integrar três reuniões com vários chefes de estado. Ele relatou que o Brasil está conseguindo criar laços importantes com outros países.
"Fui para o Japão participar do G7. Conversamos com 10 países. A perspectiva com relação ao Brasil é muito maior que aquela que tivemos no primeiro mandato”, explicou o presidente.
Ele ainda relatou que uma das suas maiores preocupações é com a situação econômica da Argentina. “Nós queremos ajudar, queremos ajudar os exportadores que mandam produtos para lá. Precisamos dar garantias aos nossos exportados”, comentou.
Lula ainda deixou claro que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia levará mais tempo para ser concluído. “Eles querem que a gente ceda às contas governamentais. Não vamos ceder, isso vai prejudicar a pequena e média indústria. Vamos demorar um pouco para fechar o acordo, mas tudo bem”, completou.
Além do presidente da República, também participaram do evento o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Gestão e Inovação, Esther Dweck.
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