PF fez operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
Reprodução / GloboNews - 03.05.2023
PF fez operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)

A operação da Polícia Federal que teve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como alvo de busca e apreensão caiu como uma bomba na cúpula bolsonarista do Congresso Nacional. A avaliação de parlamentares é que o ‘cerco está se fechando’ e que ficará cada vez mais complicado para o ex-presidente deixar a mira da PF e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Deputados relataram à coluna que estavam animados com o adiamento do PL das Fake News na Câmara, mas broxaram após o estouro da investigação contra o ex-presidente. Na visão dos parlamentares, a operação impactará fortemente na imagem política de Bolsonaro.

Outro fator que preocupa os bolsonaristas é o enfraquecimento da base aliada do ex-presidente no Congresso. Após um início de ano capenga, os bolsonaristas ganharam protagonismo com a instalação da CPMI dos Atos Antidemocráticos e a CPI do MST.

Na avaliação dos parlamentares, a operação mina as tentativas dos deputados de fortalecer Bolsonaro no Congresso. Eles ainda admitem a possibilidade da instalação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as fraudes nos cartões de vacinação.

Em contato com a coluna, duas fontes aliadas ao bolsonarismo informaram que os deputados estão orientados a criticar a operação no plenário da Câmara. A estratégia é enfraquecer a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a Corte persegue o ex-presidente e que não há provas concretas contra Bolsonaro.

Um relatório da PF, no entanto, aponta que Jair Bolsonaro trocou mensagens com investigados e teve seu cartão de vacinação adulterado. Moraes também classificou como ‘plausível’ que Bolsonaro tenha participado da adulteração dos documentos.

Mauro Cid é a bola da vez

A cúpula bolsonarista no Congresso admite uma certa preocupação com o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, coronel Mauro Cid. Eles dizem acreditar na fidelidade de Cid com Bolsonaro, mas admitem a possibilidade de o ex-ajudante entregar informações que podem comprometer o ex-chefe do Palácio do Planalto.

Na visão dos parlamentares, Cid deverá permanecer calado, pelo menos nos depoimentos em que prestar à Polícia Federal. Eles afirmam que qualquer fala do ex-ajudante dará munição à PF para pedir a prisão de Bolsonaro.

A coluna apurou que a apreensão do celular do ex-presidente também não preocupa tanto a base bolsonarista. Dois parlamentares disseram que “ele é esperto e apaga as conversas no WhatsApp”.

A preocupação maior é o telefone de Mauro Cid, que pode conter informações, inclusive, para abastecer outros inquéritos da Polícia Federal.

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