O governador de São Paulo , Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), não é mais visto com bons olhos pela maioria dos deputados da ALESP (Assembleia Legislativa de São Paulo). O mandatário tem sido cobrado para dar espaço para membros de três partidos: PL, PSDB e MDB.
Assim como tem ocorrido no Congresso Nacional, alguns deputados estaduais paulistas passaram a dizer que são “independentes” e votarão cada projeto conforme suas ideologias e entendimentos. No entanto, o recado é muito claro: tudo dependerá das negociações com o governo.
Ao perder a eleição em 2022, o PSDB paulista apoiou Tarcísio no segundo turno com o objetivo de contar com cargos na nova gestão e manter enorme influência no Palácio dos Bandeirantes. Não é o que tem acontecido até o momento, principalmente porque Gilberto Kassab (PSD), homem forte do governo, não se dá bem com o grupo de Rodrigo Garcia.
Atualmente, a federação PSDB e Cidadania conta com 12 deputados. O grupo tem dado tempo para o governador, mas acredita que será coadjuvante ou até mesmo figurante na atual gestão paulista. Por isso a ideia de ser independente será reavaliada ainda em agosto.
Os tucanos vão discutir se a melhor opção não é ser oposição e tentar ser protagonista do debate em São Paulo. Por outro lado, o PSDB tem se preocupado em ser colocado por bolsonaristas no mesmo “pote” de PT e PSOL.
O MDB também está incomodado com a falta de voz no Palácio dos Bandeirantes. A preocupação do partido está em duas frentes: emendas para municípios do interior e a capital paulista.
Os emedebistas acusam o governo Tarcísio de pouco atender as demandas dos vereadores e prefeitos do MDB em cidades de pequeno e médio porte. Na avaliação do partido, já deu tempo suficiente para que a nova gestão tenha uma dinâmica que não ignore os pedidos.
A outra briga é sobre São Paulo. Atualmente, Ricardo Nunes (MDB) é o prefeito da cidade e buscará à reeleição. Há o compromisso de Tarcísio e o ex-presidente Bolsonaro estarem no mesmo palanque do emedebista. Porém, há articulações nos bastidores para que Ricardo Salles (PL) seja o representante do bolsonarismo. Isso tem desagrado a cúpula emedebista.
O PL também não está feliz com o espaço no governo estadual. Lideranças paulistas do partido dizem que o governador deu a chave do Palácio dos Bandeirantes para Kassab e o presidente do PSD tem barrado importantes nomes do Partido Liberal, principalmente os mais ligados a Bolsonaro.
No meio de tantas insatisfações, há o temor que a oposição se fortaleça nas próximas semanas. Até o momento, os “independentes” seguem confiando em Tarcísio. Porém, após a lua de mel, o governador já é visto com maus olhos.
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