Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil - 06/12/2022
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas

A ideia do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de criar medidas provisórias estaduais caiu como uma bomba na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A proposta provocou "repulsa" em parlamentares da base governista e deixou o presidente da Casa, André do Prado (PL), bem incomodado.

Fontes ouvidas pela coluna informaram que André do Prado ficou nervoso ao saber da ideia. Ele conversou com alguns parlamentares e "fechou a cara" ao ouvir que Tarcísio está parcialmente decidido sobre o tema.

Deputados ouvidos pelo iG disseram que a ação do Palácio dos Bandeirantes é um "tiro no próprio pé". Na visão deles, se Tarcísio usar essa manobra, estará assinando seu descontrole no Legislativo.

"É uma forma de ele assumir que não tem expectativa sobre a Casa. Ele vai assinar a própria cova. É o mesmo que dizer que ele não tem base para aprovar os projetos", disse um deputado da base governista.

Outros dois parlamentares, um da base e outro da oposição, disseram que a ideia de Tarcísio vai enfraquecer a Alesp. Na visão de ambos, se o Palácio dos Bandeirantes não desistir da ideia, o governo poderá entrar em rota de colisão com o Legislativo.

Nos bastidores, deputados da base governista tentam se reunir com Tarcísio de Freitas para fazê-lo mudar de ideia. Lideranças dos Bandeirantes na Alesp se reuniram nesta semana e entraram em consenso sobre o tema. Eles devem criar uma estratégia para segurar a vontade de Tarcísio.

Mesmo sem o texto apresentado na Alesp, os deputados devem se reunir com o governador nos próximos dias para mudar os planos dele. Caso não haja negociação, os parlamentares prevêem forte desgaste de Tarcísio na Alesp, o que, segundo eles, será prejudicial ao Palácio dos Bandeirantes logo nos primeiros meses de mandato.

Medida Provisória Estadual

A ideia da medida provisória estadual surgiu em uma entrevista dada por Tarcísio de Freitas para a Jovem Pan no começo da semana. A iniciativa segue o modelo do governo federal, com prazo de validade de 120 dias e precisando passar pelo Legislativo nesse prazo.

Para a oposição, essa é mais uma manobra do governo para dar uma "canetada" em projetos de resistência na Casa. Deputados acreditam que Tarcísio tomará algumas medidas contra servidores por meio dessas MPs.

Um parlamentar disse ao iG que a oposição estuda usar a ideia de Tarcísio para desgastar o governo. Segundo a fonte, já há discussão de estratégias para "manchar a imagem" de Tarcísio, entre elas as críticas públicas na tribuna da Alesp.

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