O grupo mais radical do presidente Jair Bolsonaro
(PL) está muito irritado com Tarcísio de Freitas
(Republicanos). O governador eleito de São Paulo afirmou que não é “bolsonarista raiz”
e criou um péssimo clima com aliados do chefe do executivo federal. Até mesmo o mandatário não aprovou a declaração do seu ex-ministro da Infraestrutura.
Na última segunda-feira (5), Freitas deu entrevista para a CNN Brasil e relatou que nunca foi um “bolsonarista raiz”. Ele disse que sua proximidade com o presidente da República está na questão “econômica”. O governador eleito tentou demonstrar gratidão a Bolsonaro, mas não funcionou.
O chefe do executivo federal reclamou com auxiliares. Na avaliação dele, Tarcísio nem chegou ao poder e tem tido o mesmo comportamento de Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro que deixou o cargo após sofrer um processo de impeachment.
Em 2018, Witzel venceu as eleições para o governo fluminense se colocando como bolsonarista. No ano seguinte, afirmou que tinha a intenção de concorrer ao cargo de presidente e entrou em conflito com Bolsonaro, sendo acusado de traidor. “Doria seguiu o mesmo caminho. Todos sabem o final deles, né?”, diz um deputado aliado do presidente da República.
Tarcísio foi escolhido por Bolsonaro para ser candidato ao governo de São Paulo. Ele se colocou como representante do bolsonarismo e venceu Rodrigo Garcia (PSDB) e Fernando Haddad (PT).
Porém, durante a campanha, ele foi acusado de tentar esconder o presidente. Além disso, condenou o comportamento de Douglas Garcia (Republicanos), que atacou a jornalista Vera Magalhães no debate promovido pela Band.
Além disso, Tarcísio ainda está muito próximo de Gilberto Kassab (PSD) e não quer dar espaço para os defensores ideológicos de Bolsonaro. Nomes como Mário Frias e Ricardo Salles foram descartados de estarem em qualquer secretaria do governo de São Paulo.
Bolsonarismo acende o sinal de alerta
Com o comportamento de Freitas, a ala mais radical do bolsonarismo já trabalha com a hipótese de queimar o governador eleito de São Paulo. A estratégia é dar um tempo para entender como ele irá agir nos primeiros meses.
Caso se sintam excluídos, os bolsonaristas pretendem virar oposição. “Não vamos dar paz. Ele venceu pela gente, não pode virar a cara”, conclui.
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