A antecipação da entrega da operação da Cedae à Águas do Rio, vencedora dos lotes 1 e 4 do leilão, é vista pelo Governo do Rio de Janeiro como benéfica à população, pois investimentos da iniciativa privada já começaram a ser realizados ainda neste ano — e não em fevereiro.
O Palácio Guanabara argumenta que a estimativa de R$ 1,5 bilhão em frustração de receitas da Cedae, publicada na edição impressa de sábado (2), não acontecerá. Isso porque a comparação feita pela coluna leva em consideração todas as 64 cidades em que a Cedae atua hoje, e não os 26 municípios e 124 bairros da capital, que correspondem aos blocos arrematados pela Águas do Rio. A primeira resposta oficial não incluiu essa explicação.
O governo justifica ainda que, ao transferir os serviços, “também haverá redução proporcional de custos de serviços prestados, como energia, manutenção, combustíveis, administrativos, pessoal etc”.
O calendário adiantado em três meses resultará no desligamento de trabalhadores que, atualmente, prestam serviços à estatal. O número de cerca de 2 mil pessoas nessa situação também foi apresentado no primeiro pedido de resposta — e recebeu objeções somente na nova nota enviada. Além de argumentar que ele se refere à operação completa da Cedae, o governo celebra a criação de novos postos:
“A nova concessionária já iniciou o processo de contratação, inclusive oferecendo qualificação em comunidades, como o Jacarezinho. Ao todo, como prevê o contrato para os blocos 1 e 4, serão gerados 5 mil vagas de trabalho diretas e outras 15 mil indiretas.
Também é importante ressaltar que a antecipação do fim da operação assistida está contemplada no edital”. O governo afirma, ainda, que a Cedae será responsável pela produção de água — o que vai gerar receitas para a companhia.