Na semana passada, o ex-governador do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão estava em sua casa, em Piraí, interior do Rio, herança deixada pela família da sua mulher, Maria Lúcia. E de onde não sai à rua, mas recebe uma romaria de políticos que vão visitá-lo em busca de aconselhamentos. Alguns dos interlocutores, mesmo sem mandatos, gostam de ir lá só para tirar um dedo de prosa.
Em cumprimento legal, Pezão usa tornozeleira, e mantém uma rotina pacata. Mas gosta de ser querido pelos amigos. Por telefone, ele contou ao colunista de O Dia, Sidney Rezende, que sua prisão era motivo de indignação porque até aquele momento ele não sabia com exatidão do que, afinal, estava sendo acusado, mesmo depois de permanecer encarcerado por mais de um ano.
Eis que na sexta-feira (4), o juiz Marcelo Bretas , da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, anunciou a condenação do ex-governador a 98 anos, 11 meses e 11 dias de prisão pelos crimes de corrupção passiva, ativa, organização criminosa e de lavagem de dinheiro. A sua reação foi de surpresa.
REAÇÃO
Em nota, o ex-governador reagiu: "Causa perplexidade ao ex-governador Luiz Fernando Pezão o fato de a sentença ter sido proferida no momento em que pairam sérias dúvidas sobre a parcialidade do juízo da 7ª Vara Federal, conforme revela matéria da revista Veja desta semana. Com relação à denúncia, não foi apresentada nenhuma prova material que demonstre qualquer ganho pelo ex-governador, assim como não há sinais exteriores de riqueza que pudessem sugerir práticas ilícitas. A sentença é calcada em mentiras de delatores condenados que visam a benefícios e redução das penas. Cabe ressaltar que todos os empresários ouvidos sob juramento afirmam que o governador nunca pediu nenhuma vantagem indevida. Tais testemunhos foram estranhamente ignorados pelo juízo. O ex-governador já acionou os advogados para recorrer da sentença e confia que os Tribunais superiores vão anular esta condenação espúria e restabelecer finalmente a verdade", conclui o documento.
"Eu não sou ladrão. Se fosse, eu teria desviado recursos de Piraí onde fui prefeito algumas vezes", disse Pezão. Quando Pezão assumiu Piraí, em 1997, o orçamento do município variava entre R$ 70 milhões a 90 milhões. E quando ele deixou o cargo, em 2004, o orçamento deu um salto para R$ 120 milhões. Um adversário reconhece a boa gestão: "Pezão foi o melhor prefeito da história de Piraí".
Tombamento em defesa da história
A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL) protocolou projeto de lei que determina o tombamento da Casa da Ciência da UFRJ, localizada no campus da Praia Vermelha. Dani alerta para as fortes pressões pela demolição de prédios históricos que abrigam unidades produtivas da UFRJ. O tombamento, segundo ela, é de caráter emergencial. “O que se pretende é evitar que se aprofunde o apagamento da nossa história”, justifica a parlamentar.
Ajuda contra depressão
Sancionada pelo governador Cláudio Castro , lei de autoria do deputado Marcelo Dino (PSL) cria Programa de Conscientização sobre Depressão Infanto-Juvenil, para esclarecer sobre depressão em jovens de 13 a 16 anos. "A banalização dos sintomas e a falta de tratamento pode causar consequências gravíssimas, como o uso de drogas e álcool", explica.