Adidas é a nova parceira esportiva do Parque Ibirapuera
Foto: Divulgação/Adidas
Adidas é a nova parceira esportiva do Parque Ibirapuera

A entrada da Adidas como nova parceira esportiva do Parque Ibirapuera, oficializada para 2026, marca mais do que uma troca de marcas no maior cartão-postal verde de São Paulo. É um movimento que revela a disputa e o desejo das grandes empresas pelo imaginário da cidade, pelo corpo que se move, pelos rituais coletivos que acontecem muito além do consumo. O que está em jogo não é só visibilidade: é pertencimento.

Mesmo antes de assumir o posto que hoje é da Nike, a Adidas faz questão de fincar território ainda em 2025. A marca estreia neste Natal com um espaço oficial dedicado à Trionda, bola da Copa do Mundo de 2026, posicionada estrategicamente ao lado da árvore patrocinada pela Keeta.

Ali, visitantes podem participar de desafios interativos e ganhar brindes, numa ativação que conversa com famílias, corredores, turistas e curiosos — um recorte real do público múltiplo que o parque recebe todos os dias.


Esse movimento inicial não é isolado. Ele integra um projeto global da Adidas de aproximar sua marca de grandes centros urbanos. No México, por exemplo, a empresa já havia feito algo parecido ao lançar versões especiais da linha Adizero inspiradas no Parque Chapultepec.

Frente ao cenário, fica o recado: parques não são apenas áreas verdes, mas plataformas culturais, esportivas e simbólicas. E ocupar essas plataformas é entender que esporte hoje é menos sobre performance e mais sobre comunidade.

Vivências

A parceria, segundo a própria Adidas, pretende democratizar experiências com atividades gratuitas, serviços esportivos e integração com a agenda do parque. Para a Urbia, gestora do Ibirapuera, o acordo reforça a visão de um Ibirapuera vivo, pulsante e orientado para as pessoas.

Na prática, será interessante observar como essas ações vão dialogar com a cultura existente no parque, que há décadas funciona como pista de corrida, sala de ginástica coletiva, palco aberto e, sobretudo, espaço de encontro entre quem corre, caminha, pedala, trabalha, namora ou apenas atravessa a cidade por ali.

No fim, a chegada da Adidas ao Ibirapuera evidencia um fenômeno maior: grandes marcas deixaram de olhar o esporte como produto e passaram a tratá-lo como território. E territórios — especialmente os afetivos, compartilhados e simbólicos — valem mais do que qualquer mídia. Marcar presença no parque é, cada vez mais, participar da vida da cidade.

Resta acompanhar como essa parceria se desdobra e, principalmente, como ela será percebida pelo público que realmente importa: quem vive o Ibirapuera todos os dias, faça sol ou faça chuva. É ali, no asfalto quente ou na sombra das árvores, que parcerias deixam de ser contrato e viram experiência.

    Comentários
    Clique aqui e deixe seu comentário!
    Mais Recentes