No dia 11 de janeiro, teve início na Corte Internacional de Haia um processo onde a África do Sul acusou Israel de genocídio contra o povo palestino, em resposta aos ataques ocorridos no dia 07 de outubro de 2023 . Esse caso ilustra a tendência preocupante de políticos em desviar a atenção dos desafios internos de seus países, voltando-se para questões distantes e fabricadas que estão além de sua competência. Tal comportamento representa um problema real que merece atenção e reflexão global.
A África do Sul é um país que enfrenta uma série de desafios complexos. Conhecida por seu elevado índice de criminalidade, possui uma taxa de homicídios de 36 mortes por 100 mil habitantes, classificando-a entre os 12ª países mais violentos do mundo. Além disso, uma parcela significativa de sua população, aproximadamente 27,4%, é afetada pelo vírus HIV.
Entre os principais problemas enfrentados pela África do Sul estão frequentes apagões, uma infraestrutura inadequada (estradas, transporte público, saneamento básico, acesso à energia elétrica) e desigualdades sociais marcantes. Seu PIB per capita, que a coloca na 102ª posição mundial, reflete as dificuldades econômicas da nação.
Em termos de competitividade global, o país ocupa a 60ª posição entre 64 países, de acordo com o relatório IMD World Competitiveness Ranking 2023 . Ficando atrás do Brasil e da Indonésia, e um pouco à frente do México e das Filipinas. Porém, com todos estes problemas, ela entende que é prioritário intervir em um conflito a mais de 6 mil KM de suas fronteiras? Por quê?
Para contextualizar a gravidade das acusações de genocídio, é fundamental analisarmos eventos históricos. Durante a Segunda Guerra Mundial, aproximadamente seis milhões de judeus, cerca de 30% da população judaica da época, foram mortos pelos nazistas. No Genocídio Armênio, perpetrado pelo Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, estima-se que 1,5 milhão de armênios foram assassinados. Entre 1975 e 1979, o regime do Khmer Rouge no Camboja foi responsável pela morte de 1,7 a 2 milhões de pessoas. Em Ruanda, em 1994, cerca de um milhão de Tutsis foram mortos pelos Hutus. Estes eventos destacam a extrema gravidade e as consequências devastadoras do genocídio.
De acordo com o CPJ (Committee to Protect Journalists) as baixas no conflito Israel-Hamas de 2023, conforme o Ministério da Saúde de Gaza (controlado pelo grupo terrorista Hamas) informou que mais de 22.000 palestinos foram mortos, incluindo cerca de 6.150 crianças. Além disso, 36.000 pessoas ficaram feridas e 7.000 estão desaparecidas sob os escombros. Esses números destacam a severidade do conflito e as profundas consequências humanitárias, embora a caracterização como "genocídio", quando comparado com fatos históricos, indique talvez um spin político.
É importante notar que, dentro do número total de mortos declarados no conflito Israel-Hamas de 2023, há relatos de que uma quantidade substancial eram membros de grupos terroristas. Existem também alegações de que algumas das crianças mortas poderiam ter sido involuntariamente envolvidas em atividades terroristas ou usadas como escudos humanos, uma vez que conforme exigido pelo direito internacional, pelo princípio da proporcionalidade, Israel avisava aos civis de diferentes formas onde seriam os ataques e onde deveriam evacuar.
Um estudo da Universidade de Uppsala, na Suécia, analisou as vítimas civis de 16 guerras entre 1989 e 2016. O estudo concluiu que, em média, 90% das vítimas de guerra nos últimos 30 anos foram civis. Outro estudo, da Universidade de Harvard, analisou as vítimas civis da Guerra do Iraque (2003-2011). O estudo concluiu que, entre 150.000 e 600.000 civis foram mortos na guerra, o que representa uma proporção de civis para inimigos mortos entre 20:1 e 100:1.
Estima-se que na Guerra da Síria 400.000-600.000 civis foram mortos, 50:1 a 100:1, Guerra do Afeganistão 100.000-200.000 civis mortos, 20:1 a 50:1, Guerra do Darfur 300.000-400.000 civis mortos, 10:1 a 20:1. A realidade em Gaza aponta para uma triste proporção de 2:1. Porém este é um dos maiores feitos de qualquer campanha militar na história moderna, apontando efetividades das ações das Forças de Defesa de Israel em evacuar civis e do uso de armas precisas.
Brasil, Bandladesh, Irã, Venezuela, Nicaragua e Bolívia são alguns dos países que manifestaram apoio a Africa do Sul para denunciar Israel perante ao Tribunal internacional por genocídio. Por acaso ou não, a percepção de corrupção destes países os coloca na 94, 147, 147, 177, 167, 126 e 72 posição respectivamente no ranking global. Cabe aqui dizer a famosa frase: “Me mostre com quem andas e eu te direi quem és”.
O circo do tribunal internacional de Haia pode ser definido como um grupo de países corruptos que precisam desviar a atenção de sua população da má gestão de seus governantes. Talvez por isso, são hipócritas o suficiente para apoiar uma organização terrorista como o Hamas, quando a verdade é que a vida dos palestinos apenas poderá melhorar quando o terrorismo for erradicado. Com a intenção de se proteger, Israel está dando uma nova oportunidade ao povo Palestino de se livrar de um governo ditador, violento, corrupto e incompetente para terem uma vida melhor depois da guerra. Não espere escutar isso da corte internacional em Haia. A verdadeira questão não é o circo que foi montado, é eles acharem que nós somos os palhaços.
Fontes: Desafios da África do Sul - Taxa de homicídios por 100 mil habitantes: 35,7 (Organização Mundial da Saúde, 2023); Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2023; Banco Mundial, 2023; Committee to Protect Journalists; Transparency International.