O ex-presidente Jair Bolsonaro se beneficiou dos ataques virtuais durante o mandato
Isac Nóbrega/PR - Jan/2019
O ex-presidente Jair Bolsonaro se beneficiou dos ataques virtuais durante o mandato

Uma das maiores criações, embora ilegal, do mundo digital brasileiro já não existe mais. O gabinete do ódio , montado em favor de Jair Bolsonaro (PL) chegou ao fim. É o que indica um relatório de inteligência preparado pelo governo e entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo o documento que a coluna teve acesso, desde a posse de Lula até o início do Carnaval, caiu consideravelmente postagens de apoio a Bolsonaro feitas por perfis considerados bots, ou seja, robôs. O laudo mostra que eram eles quem massificavam as mensagens que os líderes do bolsonarismo queriam que se espalhassem pelo país .

Em dois meses de novo governo, o gabinete do ódio foi desmantelado e já não há em qualquer rede social o movimento que o brasileiro se acostumou nos últimos anos. Bastava uma postagem de elogio ao PT ou de crítica a Bolsonaro que jorravam comentários em forma de ataques. "70% disso era bot", diz trecho do relatório.

Como o gabinete do ódio atuava com a máquina pública e dentro do Palácio do Planalto, a inteligência do governo Lula indica que a falta do poderio da administração impediu a continuidade do grupo organizado, que ficou sem QG e sem dinheiro para continuar usando a criação de robôs para praticar fake news, atacar rivais e orientar seguidores devotos.

O documento indica que ainda restam bolsonaristas convictos nas redes, mas eles se tornaram incapazes de seguir o modus operandis de antes por não haver uma estrutura organizada por trás. Mas há uma ressalva importante no texto: o Congresso.

O alerta da inteligência é que o gabinete do ódio se transfira para algum deputado federal ou senador, que usaria a mesma estrutura para reorganizar o bolsonarismo ou para fazer nascer uma nova estrela política usando a mesma tática. Por isso a orientação é manter as investigações a fim de impedir o renascimento do grupo organizado que causou "terrorismo digital", nas palavras do próprio relatório.

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