Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro

Anderson Torres temia pela vida dias antes de ser preso ao voltar ao Brasil. A confissão foi feita a familiares e amigos próximos, enquanto ainda estava nos EUA negociando a rendição e o retorno ao Brasil .

A coluna conversou com duas pessoas muito próximas de Torres que confirmaram a informação. "Ele estava apavorado, com medo de morrer", revela a fonte. Segundo ela, o ex-ministro temia uma morte "acidental". Mesmo usando a expressão como aspa, nenhuma das pessoas ouvidas quis dizer claramente se havia risco dele ser assassinado.

"Mesmo nos EUA, o Anderson tentou se isolar, evitou pedir comida fora e não deixou ninguém que não fosse de seu círculo íntimo lhe servisse nada", conta outra pessoa que falou com ele diariamente durante a viagem. O medo, ao que parece, era de ser envenenado.

Assim que soube da ordem de prisão , o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) avisou que voltaria ao Brasil, mas chegou a adiar a viagem. Ele conversou com a família porque queria achar uma forma de viajar de modo que fosse seguro e sem risco. "Numa mensagem, o Anderson disse que a prisão era o lugar mais seguro neste momento", revela uma pessoa próxima.

Como antecipou a coluna, o ex-secretário mandou recados de que não cairia sozinho e existe a expectativa de que ele vá denunciar bolsonaristas pela confecção do decreto golpista, encontrado na casa dele.

Em conversa com aliados, o ex-ministro da Justiça chegou a comparar sua situação com a de outros políticos. "Ele falava muito do Bebiano e que não queria morrer, nem de morte natural que fosse", confirmou a fonte da coluna.

"Ele é um arquivo vivo porque é, talvez, a única pessoa que tenha respostas para tudo", disse um político que acompanha o caso de perto. Para ele, se Torres abrir a boca, serão esclarecidos todos os acontecimentos, que vão desde os acampamentos nas portas dos quartéis, passando pelo atentado de dezembro, até o fatídico dia 08 de janeiro e, claro, quem é o responsável pelo decreto que dava um golpe de estado. "Quem fez tudo sabe que o Torres tem as provas e pode entregá-las", finaliza o deputado.

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