A PEC da Transição precisa de aprovação de 308 deputados na Câmara e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da silva (PT) escalou seus dois principais soltados para negociar com os parlamentares pela garantia dos votos. O vice-presidente eleito e o provável ministro da Fazenda, Geraldo Alckmin (PSB) e Fernando Haddad (PT), atuam nos bastidores e protagonizam os cálculos para ter folga na votação.
À coluna, um deputado do PT confirmou que Haddad, mesmo participando ativamente da transição, inclusive tendo reunião com Paulo Guedes , atua nos flancos da Câmara para conseguir o apoio do maior número de votos possíveis. "Haddad tem excelente relação com membros do União Brasil, PSD e MDB e tem falado diariamente com líderes desse partido", explicou o deputado.
O futuro ministro da Fazenda, como antecipou a coluna , vem estreitando relações com Gilberto Kassab, cacique do PSD, e deve garantir 90% dos 42 parlamentares da sigla a favor da PEC. Nesta semana, Haddad conversou ainda com Luciano Bivar, a pedido de Lula, para aparar as arestas e garantir negociação amistosa com o União Brasil.
Já o vice-presidente e coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin, também atua diariamente para garantir o maior número de votos possíveis em favor da PEC. Além de falar com membros do MDB, o político se reuniu recentemente com deputados do PSDB, Cidadania e da oposição. No encontro recente que teve com Arthur Lira (PP), Alckmin ouviu do presidente da Câmara que o PP deverá dar a maioria dos votos em favor do projeto.
Embora se encontrem pouco, o vice-presidente eleito e o futuro ministro da Fazenda se falam diariamente em um grupo de mensagens, segundo confirmou um membro da transição. Os dois fazem cálculos diários sobre o número de deputados que deverão votar favoravelmente à PEC. "Às vezes eles recalculam a rota até duas vezes por dia", afirmou o parlamentar ouvido. Na lista mais recente, conforme confirmou a coluna , há 313 votos favoráveis garantidos e mais 30 pendendo para apoiar o Projeto.
Em um grupo de mensagem do PT, a expectativa é de que haja a aprovação sem dificuldades. "A aposta é de pelo menos 325 votos favoráveis", afirmou um senador da legenda. Mesmo com o risco de que alguns deputados tentem modificar o texto, o que obrigaria a voltar para o Senado, sob o risco de não haver tempo, a expectativa é de que Alckmin e Haddad estão conseguindo apagar os incêndios e aprovar a PEC, como instruiu Lula.