Cristiano Beraldo
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Um dos mais graves e urgentes desafios do Brasil hoje, que impede seu desenvolvimento, degrada sua economia e penaliza sua população, é a falta de energia.

Há quase uma década o país responde mal ao fato concreto da diminuição do volume de chuvas e consequente redução dos níveis de água nos reservatórios das usinas hidroelétricas . O caminho mais fácil de culpar São Pedro e pedir aos céus que mandem mais chuvas atrapalha o enfrentamento dessa questão para extinguir em definitivo o risco de o país ficar no escuro.

O modelo de proliferação das usinas termelétricas, que combina investimento privado na construção com garantia de receita mínima por parte do governo, além de não ser uma solução em si mesmo eleva o custo da energia como um todo e tira o foco de soluções perenes e estruturais que cabem ao governo. E devemos começar cobrando o básico.

Me pergunto, por exemplo, quais os esforços realizados pelo Poder Público para reduzir o consumo nos prédios e vias públicas. O que se vê pelo país afora são instalações arcaicas com sistemas elétricos ineficientes e perigosos. Vejam que esse tema é tratado com tanto descaso que mesmo nosso patrimônio histórico tem sido queimado em incêndios causados por problemas na rede elétrica de museus e afins.

Quantas placas fotovoltaicas, para geração de energia solar, foram instaladas em espaços públicos? Quantas torres de energia eólica foram instaladas pelo governo para neutralizar seu consumo de energia elétrica? Quantos projetos de modernização da rede elétrica e dos sistemas de ar condicionado foram implementados? Quantas lâmpadas de LED foram instaladas em prédios públicos?

Essas iniciativas aparentemente simples e lógicas são esperadas daquele que deve ser o maior consumidor de energia do Brasil. Mas infelizmente só vemos lamentos e medidas paliativas sem efeito duradouro.

Nesse momento estamos vendo se formar a "tempestade perfeita" que custará muito caro ao Brasil: no momento em que a atividade econômica precisa se recuperar não haverá energia elétrica para a indústria aumentar sua produção. No momento em que a população mais está sofrendo com desemprego e salários deprimidos a inflação dispara em grande medida pelo aumento da energia. E quando mais precisamos de luz para sair das trevas política, econômica e social, somos seriamente ameaçados de apagão. Estamos em 2021 correndo o risco de viver no escuro! Pobre dessa brava gente brasileira.

E para piorar, além dessa gravíssima  crise hídrica e elétrica que enfrentamos mais uma vez, o Brasil sofre também de uma absoluta falta de energia humana. Nós, o povo, já estamos muito cansados para enfrentar nossos problemas estruturais mais graves e para reagir ao trágico caminho institucional que estamos percorrendo desde 2019. E eles, os barões de Brasília, estão cansados de nós que tanto atrapalhamos seus planos permanentes de mais cargos, mais emendas, mais negócios e mais fundo eleitoral.

Mas não nos deixemos abater. O Brasil é nosso e é com nosso voto, com a nossa participação ativa e, sobretudo, com a nossa cobrança permanente é que faremos da nossa Pátria Amada um país melhor.

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