
Nos últimos anos o Brasil recebeu a visita de inúmeros representantes de alto nível no cenário global do meio ambiente. Vieram checar de perto as promessas feitas pelo atual governo de que o Brasil está de volta pronto para reforçar as fileiras em favor da conservação da natureza na próxima COP 30 em Belém.
Recente levantamento do painel internacional de mudanças climáticas e os episódios da crises dos Yanomamis e das enchentes além da questão do desmatamento mostram que ainda há muito o que fazer no caso brasileiro. A União Europeia tem especial interesse no tema de contenção do desmatamento uma vez que a pauta ambiental se cruza com a econômica em razão do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Bruxelas elabora legislações que afetam o Brasil: brecar a importação de produtos vinculados ao desmatamento e adotar um mecanismo que vai taxar a importação de produtos conforme a sua pegada de carbono.
A liberação de recursos depende sempre de complicadas articulações políticas domésticas com a necessidade de apelar a bancos de investimentos e ao mercado de carbono. O avanço do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia é altamente positivo sempre com um olho nos compromissos ambientais e no hidrogênio verde.
O destravamento do fundo Amazônia progride com 14 projetos aprovados para receber recursos internacionais.
Ainda há o tema do aproveitamento racional e responsável dos oceanos.
O painel internacional de mudanças climáticas divulgou um relatório em que a evolução das mudanças climáticas confirma os piores temores tornando mais frequentes inundações, tempestades e incêndios florestais.
Quase metade da população mundial vive em regiões altamente vulneráveis.
A tempo mundial já aumentou 1,1 graus centígrados, muito perto dos limites ficados no acordo do clima de Paris, quando se prometeu limitar o aumento da temperatura global a menos de dois graus centígrados e isso em 2015!
Mas oitenta por cento da energia mundial ainda vem de fontes fósseis.
Na próxima reunião em Belém vamos voltar aos temas da emissão de gases de efeito estufa, de substituição de combustíveis fósseis e do combate ao desmatamento. Ainda temos aumento do desmatamento na Amazônia e no Cerrado . E não podemos demorar mais para atuar de forma firme nos dois casos.
Será a ocasião para o atual governo atualizar as informações para a comunidade internacional, facilitar os compromissos futuros e recuperar a credibilidade que o anterior governo nos fez perder no plano internacional.
*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal iG
